Psicologia em medidas socioeducativas: desafios para o trabalho em uma Unidade Educacional de Internação Feminina

Psicologia em medidas socioeducativas: desafios para o trabalho em uma Unidade Educacional de Internação Feminina

• Autor
• Bruna Shimabukuro de Freitas
• Resumo

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  O objetivo deste trabalho é analisar a prática da ciência psicológica no campo das políticas públicas, tendo em vista a atuação profissional em uma Unidade Educacional de Internação feminina. Pode-se compreender a partir da Psicologia Sócio Histórica, que o sujeito é alguém a ser formado a partir das suas relações sociais estabelecidas ao longo da sua existência, portanto se faz necessária a compreensão do contexto no qual as pessoas estão inseridas e quais são, histórica, cultural e socialmente, as questões em torno de sua realidade, que as levaram a cometer algum ato infracional. Este trabalho foi realizado a partir de uma prática de estágio em Psicologia e Processos Psicossociais, na cidade de Campo Grande/MS, pelo curso de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Para a compreensão das atividades destinadas ao grupo de adolescentes, foram utilizadas observações participantes da atuação dos profissionais da unidade. Tais atividades incluíam exercícios físicos com uma Educadora física, atendimento individualizado realizado pela psicóloga da instituição, aulas de artesanato com uma professora de artes e oficinas de leitura desenvolvidos por promotoras da Defensoria Pública. As oficinas de responsabilidade da Defensoria foram as mais acompanhadas. Essas oficinas foram parte de um projeto chamado “Atividades filosóficas – Despertando valores”, nas quais o que mais despertou a atenção foi a incongruência do que era proposto, em relação à idade, histórica, realidade e maturidade das adolescentes internas. Com base em tais experiências, foi possível entender de que maneira as participantes estabeleceram suas relações entre si, com a instituição, com a psicóloga e demais profissionais atuantes naquela unidade, durante o período de vigência do estágio. Os resultados indicam a necessidade de ir além da compreensão da história desse público, mas também levar-lhes informação sobre seus direitos enquanto constituintes da sociedade. Além disso são necessárias práticas mais grupais e abrangentes, considerando a faixa etária do público alvo, com atividades que despertem mais interesse e fomentem um maior desenvolvimento de habilidades e capacidades. Propõe-se também, salientar a importância da atuação da psicologia neste campo e inserção de práticas profissionais que abordem discussões sobre temáticas importantes para as adolescentes, no intuito de contribuir com a redução do sentimento de desamparo e abandono percebido como recorrente entre as internas, visando à conscientização e promoção de autonomia, com o diálogo a respeito de questões da esfera social e de relacionamento interpessoal, pois é possível que, mesmo em um espaço de cárcere, um novo olhar seja lançado frente à esse grupo, com mais empatia, na busca pela construção de laços e de uma rede de apoio para que elas se fortaleçam e se preparem para seguir suas vidas, com mais perspectivas de crescimento e com um desenvolvimento mais saudável.

   

• Palavras-chave
• Psicologia Social; Marxismo; Medidas socioeducativas.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Eixo F: PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA