Adolescência e sentido pessoal: uma análise construtivista

Adolescência e sentido pessoal: uma análise construtivista

• Autor
• Helder Henrique Gomes da Silva
• Resumo

• O presente estudo foi baseado em um processo de estágio da faculdade Pio Décimo, supervisionado pelo professor Evanildo Ferreira Vasco (CRP19/0581) com ênfase Escolar e Políticas Públicas, e realizado na instituição Servos e Servas da Santíssima Trindade (Casinha de Santa Maria) situada no bairro Santa Maria (Aracaju, Sergipe). A proposta consistiu primeiramente em adentrar ao campo e passar um período de observação. A partir daqui seria possível entender a instituição ao ter contato com os assistidos, funcionários e voluntários, para posteriormente elaborar e aplicar um plano de intervenção. Ao vivenciar o campo e ter contato com todas as áreas e públicos, ficou decidido que a intervenção seria realizada junto aos adolescentes, pois, além de estarem passando por uma fase de descobrimento, novos contatos, e criação de identidades, também estavam passando por momentos delicados na instituição por falta de identificação com os métodos e colaboradores. O trabalho realizado consistiu em entender a demanda e gerar a intervenção junto aos adolescentes e conforme perspectiva dos próprios, evitando imposições. Junto a eles foi discutido identidade, sonhos, perspectivas futuras e seu lugar no mundo, direcionado por uma perspectiva dialógica e em conformidade com o que era trazido através da comunicação direta, obtida mediante o estabelecimento de vínculo. Todo o trabalho foi pensado e realizado sob a luz de perspectivas psicológicas histórico-críticas, interpretando a constituição do conhecimento acerca do mundo, como adquirida a partir de vivências concretas, onde a mediação do sujeito se torna indispensável. De maneira breve, a aplicação do processo consistiu na realização de rodas de conversas, dinâmicas de grupos, e discussões abertas. A exposição livre de ideias, e possibilidade de expressar suas vontades, sendo um agente participativo em todo o processo gerou nos adolescentes, mais entusiasmo, engajamento e anseio pelo próximo passo, uma vez que, de acordo com os próprios adolescentes, as pessoas que chegavam até eles para a realização de trabalhos ou intervenções, não os consultavam antes da criação do plano e nem conversavam abertamente ao decorrer do processo. Isso cria um distanciamento entre os envolvidos, tornando um processo conjunto e coletivo em uma imposição ou relação unicamente de trabalho. Posto isso, obtive bons resultados, a discussão sobre estímulos presentes e perspectivas futuras de forma dinâmica, clara e prática levou a grandes reflexões e engajamento dos assistidos. Apontar possíveis caminhos para lidar com as demandas encontradas nesses locais só é possível através da construção conjunta entre as partes, operando através de um horizonte de transformação, reafirmando o compromisso ético da práxis psicológica e visando a autonomia do sujeito.

   

• Palavras-chave
• identidades, adolescência, sonhos, vivências concretas
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Eixo C: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO