As violências de gênero é um problema que atinge a todas nós cotidianamente. Com os altos índices de violências contra as mulheres, constatados em pesquisas diversas, esta questão já se tornou um problema de saúde pública, carecendo de um olhar atento para o seu enfrentamento e controle. Nesse sentido, pensar numa rede que esteja comprometida com o combate às violências se faz urgente para a manutenção da vida e dignidade das mulheres. O estado como órgão responsável pela criação de diretrizes e políticas de atenção deve assumir e manter o compromisso social para que haja a manutenção e garantia desses direitos alinhados. A partir disso, o objetivo desse trabalho é discutir as violências contra as mulheres diante do desmonte das políticas públicas. Muitas mulheres brasileiras são atravessadas pelas violências mesmo em estado democrático – que deveria ser regido pelos princípios dos Direitos Humanos. Portanto, as experiências e situações cotidianas servem a manutenção dessas relações desiguais que intensificam o fenômeno. Embora exista a Constituição, leis e serviços destinados ao combate e enfrentamento das violências contra as mulheres, a realidade se agrava progressivamente (OLIVEIRA; BARROS; SOUZA, 2010). Ademais, existem práticas de dominação e exclusão que também se entrecruzam com gênero e requer políticas públicas específicas. Foram necessárias lutas de várias gerações para sermos reconhecidas como cidadãs e sujeitas de direitos. A instauração de uma ordem institucional igualitária e democrática sofre ameaças diárias nos convocando a refletir sobre o tema. Logo, a entrada das mulheres nas decisões políticas caracteriza-se como incipiente e insatisfatória, mas resultante dos movimentos sociais - de mulheres e feministas - no passado (OLIVEIRA; BARROS; SOUZA, 2010). Levando em consideração a distribuição injusta dos recursos ou baixa execução orçamentária nota-se o desmonte de direitos fundamentais da cidadania. O processo tem sido muito danoso para a população e para quem trabalha na rede, em particular as mulheres que a partir dos movimentos feministas constroem políticas para melhorar nossas vidas. Assim, além de enfrentar conflitos, o desenvolvimento da cidadania requer a inserção social dos sujeitos com suas demandas, o que implica uma articulação igualitária. As violências contra as mulheres no Brasil comprovam expressivamente a não “[...] concretização da justiça de gênero, sobretudo pela responsabilidade do Estado de redistribuir riqueza, poder, entre regiões, classes, raças e etnias, entre mulheres e homens etc” (SILVEIRA, 2004, p. 66). Consequentemente entendemos que não alcançaremos êxito nessa atuação sem organização coletiva e articulação política.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Guacira Cesar de; BARROS, Ivônio; SOUZA; Maria Helena (orgs). Trilhas Feministas na Gestão Pública. Brasília: CFEMEA:Fundação Ford, MDG3 Fund, 2010.
SILVEIRA, Maria Lúcia da. Políticas públicas de gênero: impasses e desafios para fortalecer a agenda política na perspectiva da igualdade. In: GODINHO, Tatau; SILVEIRA, Maria Lúciada (orgs). Políticas públicas e igualdade de gênero. São Paulo: Coordenadoria Especial da Mulher, 2004, p. 65-76. (Cadernos da Coordenadoria Especial da Mulher, 8)
Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.
Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.
Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.
A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.
Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.
ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Gabriela Evangelista Pereira
COMISSÃO ORGANIZADORA
Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)
Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)
COMISSÃO CIENTÍFICA
Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)
AVALIADORAS/ES
Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira
Equipe CREPOP:
crepop03@crp03.org.br