MÃES DE CRIANÇAS COM CÂNCER E O CUIDAR DE SI

  • Autor
  • GLASY SOUZA E SILVA SANTOS
  • Co-autores
  • Isabelle Diniz Cerqueira Leite
  • Resumo
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    Cenário: Segundo o INCA, estima-se que, no Brasil, para triênio 2020-2022 ocorrerão 620 mil casos novos de câncer, sendo 8.460 casos em crianças e adolescentes (até os 19 anos), e no Nordeste serão 336 casos por milhão de habitantes. Embora os números sejam altos, o tratamento do câncer infantojuvenil tem avançado significativamente nas últimas décadas, em virtude das técnicas de diagnóstico precoce e da evolução dos métodos terapêuticos. O momento do diagnóstico é descrito como altamente ameaçador e de difícil manejo tanto para a família como para a criança, e implica em mudanças na rotina diária das mães que, culturalmente, assumem o papel de cuidadoras. Nesta pesquisa, o conceito de cuidado é compreendido a partir da ontologia existencial de Martin Heidegger, tanto no sentido ôntico (as formas de cuidar no dia a dia das coisas que se possui) quanto no sentido ontológico (as estruturas de possibilidades do ser humano, que são fundantes na constituição do ser). Objetivo: Compreender, a partir da fenomenologia existencial heideggeriana, como é para mães-cuidadoras de crianças com câncer internadas em enfermarias de oncologia pediátrica de um hospital de referência o cuidado de si. Método: Trata-se de um estudo de campo de natureza qualitativa, em ambiente virtual, devidamente planejado, por meio de uma plataforma de fácil acesso, respeitando os princípios éticos cujos dados foram coletados através de entrevista narrativa individual, a partir de uma questão disparadora. Os dados foram analisados segundo a Analítica do Sentido proposta por Critelli, fundamentada no pensamento de Martin Heidegger. Aspectos éticos: O estudo foi iniciado após a análise e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do hospital de referência da cidade do Recife, com o CAAE 26383019.0.0000.5201 e parecer consubstanciado de nº 4.259.712. O período do estudo foi de novembro de 2018 a março de 2021, e está embasado na resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: A partir das entrevistas compreendeu-se as dores emocionais e sofrimentos pelos quais as mães-cuidadoras passam; a impossibilidade de manter-se em seus empregos, a falta de rede de apoio, a pandemia, fizeram com que elas tivessem atitudes de um cuidado preocupado/antecipado com seus filhos e que consequentemente as levam a ter um cuidado descuidado consigo. A finitude como algo muito próximo sinaliza para o indicativo formal da angústia que lhes possibilita uma abertura de lançar-se a outras possibilidades de ser e cuidar de si. O movimento de realização do real clarifica o modo de existência dessas mães desvelando e revelando seus modos de viver de antes e de agora. Ao refletir sobre si mesmas, as mães são capazes de se abrir a outras possibilidades de ser, apesar das incertezas que são inerentes a essa abertura. Cuidar dessas mães, portanto, é ajudá-las a apropriarem-se de suas existências, de possiblidades de ser, de forma a tornarem-se mais fortalecidas para cuidarem de seus filhos no processo de cura da doença.

     

  • Palavras-chave
  • Hospitalização, Câncer Infantil, Mães, Cuidado, Fenomenologia Existencial.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Eixo D: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
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Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.

Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.

Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.

A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.

Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.

  • Eixo A: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQIA+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO
  • Eixo B: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
  • Eixo C: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO
  • Eixo D: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
  • Eixo E: PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
  • Eixo F: PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA
  • Eixo G: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TRÂNSITO
  • Eixo H: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES
  • Eixo I: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19

ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS 
Natani Evlin Lima Dias 
Pablo Mateus dos Santos Jacinto 
Gabriela Evangelista Pereira

COMISSÃO ORGANIZADORA

Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

COMISSÃO CIENTÍFICA

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

 

AVALIADORAS/ES

Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira

 

Equipe CREPOP:

crepop03@crp03.org.br