Introdução:O Programa Primeira Infância no SUAS (Sistema Único de Assistência Social), também intitulado Programa Criança Feliz (PCF), foi criado em 2016, coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento Social, com o intuito de atender gestantes e crianças de até 6 anos, a fim de promover melhores condições para o seu desenvolvimento integral. O atendimento das demandas desses sujeitos, muitas vezes se dá pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), considerado a porta de entrada para a Política de Assistência Social. Desse modo, para que o serviço seja prestado de forma efetiva, o CRAS conta com uma equipe técnica multidisciplinar, da qual faz parte o psicólogo (a), podendo este além de outras atividades, supervisionar o Programa Criança Feliz (PCF).Objetivos:Destacar a importância do Programa Criança Feliz sob a ótica de uma estagiária de Psicologia em um CRAS do sertão baiano. Métodos:A metodologia desse trabalho, partiu da observação participante, com abordagem qualitativa, cuja obtenção dos dados se deu através das experiências vivenciadas durante a realização do estágio extracurricular do Curso de Psicologia, da Faculdade Irecê – FAI, em um CRAS de uma cidade no Sertão da Bahia, no período de maio a junho de 2021.Resultados:Durante o processo de pesquisa-intervenção foi observado que o CRAS é uma rede socioassistencial na luta pelos direitos, proteção e prevenção de vulnerabilidades e situações de risco, o que coloca o Programa Criança Feliz enquanto instrumento de cuidado para gestantes, crianças de até 3 anos de idade, beneficiárias do Programa Bolsa Família e crianças de até 6 anos de idade com deficiência ou em cumprimento de medida protetiva. Nesse sentido, o estágio propiciou a observação de etapas fundamentais no processo de assistência, tais como: referenciamento, no qual é feito o cadastro da família no CRAS a fim de que esta desfrute dos serviços ofertados pela unidade; encaminhamentos para outros profissionais, quando necessário; visitas domiciliares, acompanhando a caracterização do território e família, conforme formulários específicos; e reuniões semanais com visitadoras para planejamento de intervenções no propósito de estimular o desenvolvimento da criança, de acordo com a faixa etária correspondente. Estas vivências são valiosas para a formação ética e humanizada do profissional de psicologia, o qual atua nesse cenário pautado na inclusão e no acolhimento, lutando pela igualdade e dignidade de todos. Além disso, o (a) psicólogo (a), enquanto técnico do programa, é responsável por supervisionar as ações e orientar a equipe, os quais assistem às famílias, podendo diminuir os impactos negativos da vulnerabilidade, como a desinformação quanto aos cuidados com a gravidez e os cuidados básicos para com o bebê, de forma a beneficiar o funcionamento físico, emocional, cognitivo e social da criança. Conclusões:Em suma, é notório que o Programa Criança Feliz proporciona diversas vantagens para as famílias, a partir do acesso destas às políticas públicas, acompanhamento integral ao bebê até o final da primeira infância, fortalecimento de vínculos e colaboração no exercício da parentalidade, fatores indispensáveis para um desenvolvimento saudável das crianças.
Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.
Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.
Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.
A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.
Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.
ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Gabriela Evangelista Pereira
COMISSÃO ORGANIZADORA
Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)
Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)
COMISSÃO CIENTÍFICA
Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)
AVALIADORAS/ES
Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira
Equipe CREPOP:
crepop03@crp03.org.br