A Psicologia Institucional pretende compreender a dinâmica dos fenômenos humanos que se entrelaçam com a estrutura, dinâmica, funções e objetivos da instituição, isto é, percebe e estuda as relações operantes no espaço (BLEGER, 1984). Diante disso, o projeto de intervenção foi desenvolvido na instituição “Casa da Vida”, no município de Vitória da Conquista (BA), tendo como público alvo principal a coordenação e os voluntários da instituição. Buscou proporcionar à instituição uma atenção específica à sua rotina e estrutura, através de um plano de intervenção estruturado. Para tanto, foi utilizado como pergunta norteadora a seguinte proposição: “Como se dão os fenômenos relacionais a partir da análise da estrutura institucional?”. O objetivo geral foi promover, por meio de observações e intervenções estruturadas, a reflexão, tomada de consciência e ajustamento de questões institucionais emergentes que impedem a continuidade do processo de evolução da instituição como um todo. No que se concerne os objetivos específicos, podemos citar: Incentivar a interação grupal e a reflexão de experiências cotidianas entre coordenação, voluntários e hóspedes; Fomentar o compartilhamento grupal e individual de percepções significativas sobre os ordenamentos institucionais; Identificar os pontos fortes e os pontos fracos da instituição, de modo a traçar intervenções que contemple as nuances analisadas; Auxiliar a instituição como um todo na tomada de consciência dos processos que a regem. A dinâmica cotidiana, nos revelou a centralidade do tema de visão e comportamento institucional, sendo ilustrada no fato de que nem todos da “Casa” a viam como uma organização regida por processos; a tinham como um lar d/e família, onde as coisas poderiam se dá de forma mais informal, o que nem sempre pode ser adequado para uma boa práxis institucional. Percebendo isto, foram planejadas intervenções que contemplassem as necessidades emergentes, visando promover a estes a tomada de consciência e a volição para a mudança do seu dia-a-dia. Ao todo ocorreram treze encontros semiestruturados, subdividindo a proposta em: uma reunião com todos os estagiários, a supervisora e a representante institucional. Posteriormente, quatro encontros iniciais, destinados a observações e ambientação na instituição, e também para a realização de um plano de ação, delineando todas as atividades realizadas, os objetivos, forma de aplicação e quais grupos foram contemplados. Em seguida, oito intervenções foram traçadas e realizadas no local, majoritariamente com voluntários e coordenação. Todas as intervenções foram adaptadas aos participantes com necessidades específicas (visual e motora). Ao final, foi dada a devolutiva em um encontro para o alinhamento e discussão dos pontos levantados no período. Especificamente foram expostas, as forças e oportunidades como reconhecimento da equipe de sua própria reinvenção diária e as estratégias que encontram para superar algumas adversidades práticas e cotidianas, por exemplo. E as fraquezas e ameaças enquanto pontos a serem considerados, como avaliação dos interesses e competências dos voluntários por meio de estratégias apontadas durante a realização e devolutiva, implementação de caixa de sugestões para hóspedes e voluntários e capacitação para os voluntários e funcionário e reuniões para avaliação do cumprimento das burocracias necessárias para a instituição e seu funcionamento.
Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.
Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.
Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.
A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.
Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.
ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Gabriela Evangelista Pereira
COMISSÃO ORGANIZADORA
Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)
Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)
COMISSÃO CIENTÍFICA
Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)
AVALIADORAS/ES
Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira
Equipe CREPOP:
crepop03@crp03.org.br