PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

• Autor
• Ruth Amorim de Oliveira
• Co-autores
• Miriã Lima
• Resumo

• O presente trabalho trata-se de um relato de experiência do Estágio Supervisionado Básico II de Psicologia - UniFG, realizado no período de abril a junho de 2021 na Estratégia Saúde da Família (ESF) em um município do sertão baiano. Como componente da Atenção Primária à Saúde (APS), a ESF tem por finalidade reorganizar a atenção básica, consolidando-a e aumentando o seu potencial a partir dos fundamentos do Sistema Único de Saúde (Brasil, 2002). A equipe atuante nesse contexto foi composta por cinco estagiários cursando o sétimo período do curso de Psicologia, supervisionados por uma Psicóloga e docente na instituição acadêmica. Inicialmente, foram realizadas observações participantes na unidade de saúde, sendo possível, ao mesmo tempo, uma escuta ética e atenta às questões apresentadas e a identificação das demandas; estas, por sinal, foram percebidas estreitamente associadas ao cenário pandêmico. A partir de então, foi possível definir o objetivo geral das intervenções, que consistiu em possibilitar melhorias na saúde mental e qualidade de vida dos usuários da ESF. Por temáticas a serem trabalhadas, definiu-se: Autocuidado e emoções em tempos de pandemia. As práticas foram desenvolvidas com adultos e idosos voluntários à participação nos grupos-operativos, que por meio da forma de pensar coletiva, possibilitam novas adaptações dos sujeitos à realidade, com a possível superação de barreiras e resistências à mudança em determinadas realidades (PICHON-RIVIÈRE, 1988). Nesta modalidade, introduziu-se a psicoeducação, teatro e mindfulness, que consiste na prática da atenção concentrada ao momento presente (GERMER; SIEGEL; FULTON, 2016). No decorrer das intervenções, que conteceram em espaços abertos ou na recepção da unidade, foi possível constatar a receptividade e interesse dos participantes nas atividades e reflexão dos temas propostos. A penúltima intervenção possibilitou que os estagiários falassem acerca das emoções, apresentando aos presentes figuras referentes à tristeza, alegria, raiva, entre outras. Os participantes foram instruídos a escolherem caricaturas das emoções com as quais mais se identificavam no momento. Ao ser aberta a roda de conversa sobre a dinâmica, sobressaíam relatos de desesperança, tristeza e angústia pelas perdas de esposos, filhos, familiares e amigos em decorrência da pandemia. Após a partilha de experiências, realizou-se a prática do mindfulness, a fim de facilitar a atenção consciente às sensações do corpo, às emoções e pensamentos, favorecendo uma maior regulação no campo emocional. Ao final desta e das demais atividades ao longo do período de atuação, foi possível identificar o bem-estar, a ressignificação de experiências, a satisfação e aprendizagem dos participantes a partir das temáticas trabalhadas. Verificou-se também que o estágio de Psicologia nas Políticas Públicas ampliou aos discentes o leque de possibilidades no campo de atuação da ciência psicológica; ao mesmo tempo, permitiu uma maior percepção do contexto de inacessibilidade da população vulnerável a maiores cuidados no âmbito da saúde mental. Dado o exposto, fazem-se necessárias novas reflexões e projetos que viabilizem na Atenção Primária à Saúde outros estágios em Psicologia, bem como, a atuação de profissionais psicólogos neste campo de forma mais abrangente, de modo que, os princípios da “integralidade, universalidade e equidade” (BRASIL, 1988) também se estendam à população em vulnerabilidade social, no que diz respeito à atenção à saúde.

• Palavras-chave
• Psicologia, ESF, Saúde mental
• Modalidade
• Vídeos
• Área Temática
• Eixo D: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE