Perspectiva masculina de estudantes universitários sobre o papel social do gênero feminino: um estudo a partir dos enunciados das músicas sertanejas

  • Autor
  • Mariana Kruschewsky Franco Ribeiro
  • Co-autores
  • Bruna Kelly Santos Lima , Emanuelli Zequinelli Rosa dos Santos , Brenda Luara dos Santos de Souza
  • Resumo
  • O presente trabalho tem como objetivo identificar as projeções masculinas sobre os papéis sociais do gênero feminino nos enunciados das músicas sertanejas universitárias, partindo dos estudantes de uma universidade pública do interior da Bahia. Trata-se de uma pesquisa em andamento, oriunda das observações realizadas através do crédito prático da disciplina Intervenções Psicossociais do curso de psicologia da UESB, sendo as autoras duas graduandas em Psicologia, uma psicólogapsicóloga egressa e a professora da disciplina. A violência contra a mulher expressa as desigualdades socioculturais entre homens e mulheres ao longo da história, contribuindo para a reprodução de desigualdades de gênero, discriminação, subordinação e abuso de poder. A música sertaneja, popular no Brasil, é um exemplo dessa reprodução pois, em suas letras, é comum observar a mulher em uma posição de fragilidade que, por consequência, exalta o homem como forte e másculo, refletindo assim uma ideia machista que persiste na sociedade. Diante disso, se faz importante explorar a problemática da violência contra a mulher, concebendo-a enquanto um fenômeno biopsicossocial complexo, que sofre variações de acordo com os  contextos. Diversos autores acrescentam que investir na punição não é suficiente para reduzir os níveis de violência à mulher, por envolver também dimensões individuais, educacionais e familiares de cada agressor. Assim, é importante pensar em modelos de intervenções psicoeducacionais, com foco na promoção social de instrumentos que possibilitem uma reorganização cognitiva de suas vivências, em vista da modificação de seus comportamentos silenciadores pautados na lógica patriarcal e  disfarçados de expressões de cuidado e que ecoam, também, na música popular. Ao se pensar essas proposições na universidade pública, como espaço diverso de formação não só acadêmica, mas social, e como extensão do sistema de políticas públicas, fortalecemos assim o compromisso social desse espaço em face às demandas de justiça social. Nesse contexto, optou-se por realizar uma pesquisa de campo, de caráter crítico-exploratório, com um questionário fechado via Google forms, no qual destacamos trechos de onze músicas de artistas diversos da música sertaneja. Foram escolhidas músicas que observamos expressarem comportamentos sociais da mulher em diversas situações, dentre elas, em suas relações heteroafetivas, em situações de silenciamentos, bem como de autonomia. Dessa forma, tendo como base a escala de Likert, os participantes avaliarão de um a cinco o quanto eles concordam ou discordam com os trechos destacados. Logo, através dos dados coletados nesta pesquisa, ao compreendermos a perspectiva dos participantes sobre o fenômeno, poderemos então elaborar uma ação estável de prevenção da violência contra a mulher, promoção de saúde e qualidade de vida junto à defesa de uma ação institucional de combate às opressões no espaço universitário.

  • Palavras-chave
  • Desigualdades de gênero, formação universitária, músicas sertanejas, prevenção à violência contra à mulher, promoção de saúde.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Eixo A: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQIA+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO
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Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.

Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.

Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.

A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.

Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.

  • Eixo A: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQIA+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO
  • Eixo B: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
  • Eixo C: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO
  • Eixo D: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
  • Eixo E: PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
  • Eixo F: PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA
  • Eixo G: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TRÂNSITO
  • Eixo H: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES
  • Eixo I: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19

ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS 
Natani Evlin Lima Dias 
Pablo Mateus dos Santos Jacinto 
Gabriela Evangelista Pereira

COMISSÃO ORGANIZADORA

Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

COMISSÃO CIENTÍFICA

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

 

AVALIADORAS/ES

Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira

 

Equipe CREPOP:

crepop03@crp03.org.br