RESUMO
A violência psicológica é a que mais perpetua-se contra à população LGBTT, perfazendo um total de 83,2% contra 42,5% em 2011 (BRASIL, 2013 APUD ALBUQUERQUE ET AL., 2016), tal população ao fugir do padrão heteronormativo vigente, provoca conflitos ao contrariar um modelo hegemônico e um sistema de valores, condutas e padrões sociais e sexuais (ALBUQUERQUE ET AL., 2013). O estudo apresentado foi construído a partir do método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses – PRISMA (MOHER, LIBERATI, TETZLAFL & ALTMAN, 2010). As bases de dados utilizadas para essa coleta foram Virtual em Saúde (BVS) e banco de dados LILACS e IBECS, entre o período de 2015 a 2019. Os descritores foram escolhidos conforme concessão de terminologias presentes ao DeCS, estabelecendo as seguintes terminologias “Psicologia” e “Minorias Sexuais” e “Promoção da Saúde”. Objetivo Geral: Verificar se há dados atuais sobre as compreensões das quais a psicologia tem tido sobre as questões ligadas à saúde da população LGBTQIA+ . Resultados: Estudos apontados por Annie Shearer (2015, p. 4), mulheres lésbicas, bissexuais e/ou questionadoras, apresentam taxas mais altas de ansiedade, depressão, suicídio e sofrimento traumático em comparação a mulheres heterossexuais, assim como homens gays e bissexuais, comparados a homens heterossexuais. Lisa F. Platt PhD et al. (2017), apontam a importância de fazer uma análise que buscará dar resultados para as diferenças de gênero, dentro da amostra de minoria sexual que recorrem aos serviços de saúde mental, obtendo informações de que homens gays são mais propensos a terem utilizado um profissional de saúde mental (19,74%) em relação a mulheres lésbicas (17,81%) nos últimos doze meses, entre homens bissexuais e mulheres bissexuais os dados são estatisticamente iguais. Dentre jovens LGBTQ a procura pelos serviços de saúde mental também é mais expressiva quando comparado a jovens heterossexuais. Edward J. Alessi, Frank R. Dillon e Hillary Mi-Sung Kim (2015), correlaciona o autoeficácia do aconselhamento afirmativo conduzido por terapeutas heterossexuais a minorias sexuais e também inclui áreas e abordagens em saúde distintas para realizar tal experimento, indicando que “terapeutas com mais anos de experiência prática também relataram maior níveis de autoeficácia na aplicação do conhecimento LGBafirmativo” (EDWARD J. ALESSI ET AL., 2015, p. 10). Considerações finais: Torna-se ambivalente a questão se a psicologia mais patologiza ou promove saúde as minorias sexuais e de gênero, ora que os achados sempre apontam para escalas de saúde evidenciando que indivíduos LGBTQ’s são mais propensos às doenças psíquicas, ou para as insuficiências nos atendimentos psicoterapêuticos, e pouco para trabalhos e novas descobertas que desmistificam pré-conceitos e tabus com caráter científico comprobatório, à vista disto torna-se a psicologia necessária inserção, e ações LGBTQafirmativas que promovam saúde e autonomia do sujeito. Desta forma, há uma lacunas neste trabalho, por exemplo, de dados estatísticos referente a qualidade de vida, por exemplo, de pessoas travestis/transexuais, ora que, nem todos os estudos contam com ferramentas transespecíficas, observando-se assim, uma escassez de dados e compreensões psicodinâmicas destas identidades. Entretanto, há outras universalidades em relação à qualidade de vida das minorias sexuais e de gênero. Estudos futuros podem avaliar, e teorizar com maior ênfase estes dados com recortes específicos culturais/territoriais/regionais, de contraposto a este estudo de cunho teórico, desta maneira a intervenção de políticas públicas dar-se-á de maneira eficaz e efetiva para o cumprimento do bem estar social e saúde integral de pessoas identificadas como LGBTQIA+, com terminal propósito de uma psicologia fomentadora de igualdade e promoção de saúde, em vista de uma emancipação de todo e qualquer sujeito a depender da sua identidade sexual e/ou de gênero.
Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.
Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.
Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.
A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.
Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.
ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Gabriela Evangelista Pereira
COMISSÃO ORGANIZADORA
Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)
Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)
COMISSÃO CIENTÍFICA
Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)
AVALIADORAS/ES
Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira
Equipe CREPOP:
crepop03@crp03.org.br