As Expressões Idiomáticas (EI) fazem parte de todas as línguas naturais, emergindo da comunicação como uma forte marca cultural de uma dada comunidade e não é diferente quando pensamos na Libras. Diferentes EIs são sinalizadas em Libras por surdos alagoanos, mas pouco se sabe sobre como é o processo de estruturação das EIs no léxico da Libras e como elas estão inseridas no contexto social da comunidade surda. Pensando nisso, esta pesquisa tem como objetivo descrever e analisar como são estruturadas as Expressões Idiomáticas da Libras sinalizada por surdos alagoanos. Para apresentar os principais conceitos relacionados à gramática da Libras, trouxemos Quadros & Karnopp (2004) e Ferreira-Brito (1997), Johnston & Schembri (2007) e Santos (2018). Por fim, para destacar as principais características das EIs de uma maneira geral, trouxemos a contribuição de Xatara (2001), Camara Jr (2002), Tagnin (2005) e Dubois et al (2007). Metodologicamente nós escolhemos 10 expressões da Libras com características apontadas pelos autores como sendo comuns às EIs e fizemos uma entrevista com 5 surdos e 5 ouvintes da comunidade surda alagoana. Todos viviam em Alagoas há pelo menos 10 anos e os ouvintes já estavam inseridos na comunidade surda há pelo menos 8 anos. Perguntamos aos participantes se eles conheciam as expressões e pedimos para que eles explicassem o significado das expressões. A análise quantitativa apontou que os surdos responderam 96% (N=48) das expressões com um significado igual ao previsto pelo pesquisador, enquanto que os ouvintes responderam apenas 34% (N=17) de acordo com o significado previsto pelo pesquisador. A análise linguística demonstrou que as expressões foram criadas a partir de derivações e composições, apresentando mudanças fonológicas e semânticas. As mudanças fonológicas incluem mudança e/ou cristalização de movimento, configuração de mão ou ponto de articulação. As mudanças semânticas apresentaram uma restrição de significado, saindo de um contexto mais amplo do sinal para um contexto mais restrito na EI. Concluímos que as EIs são mais utilizadas entre surdos dentro da comunidade surda do que com ouvintes, e que isto aponta para uma forte marca cultural dos surdos na comunicação.
Comissão Organizadora
Dr. Humberto Meira de Araujo Neto (UFAL)
Dr. Jair Barbosa da Silva (UFAL)
Dr. Alexandre Melo de Souza (UFAL)
Dr. Nágib José Mendes dos Santos (UFAL)
Dr. Paulo Rogério Stella (UFAL)
Me. Thiago Bruno de Souza Santos (UFAL)
Comissão Científica
Dr. Alexandre Melo de Souza (UFAL)
Dr. Anderson Almeida da Silva (UFPE)
Dr. Bruno Gonçalves Carneiro (UFT)
Dra. Camila Tavares Leite (UFU)
Dr. Charley Pereira Soares (UFMG)
Dra. Dayane Celestino de Almeida (Unicamp)
Dr. Guilherme Lourenço de Souza (UFMG)
Dr. Humberto Meira de Araujo Neto (UFAL)
Dr. Jair Barbosa da Silva (UFAL)
Dra. Lígia dos Santos Ferreira (UFAL)
Dra. Lorena Araújo de Oliveira Borges (UFAL)
Dra. Miriam Royer (UFCA)
Dr. Nágib José Mendes dos Santos (UFAL)
Dr. Paulo Rogério Stella (UFAL)
Dra. Rita de Cássia Souto Maior Siqueira Lima (UFAL)
congressointernellis@gmail.com
Publicação dos anais do II Congresso Internacional de Estudos em Linguística de Línguas de Sinais | Internellis - celebrando os 10 anos do curso de Letras-Libras da UFAL.
ISBN: 978-65-01-25702-0