O movimento na teoria gerativa constitui-se importante modelo de interpretação dos constituintes que podem aparecer em diferentes posições, e, portanto, deslocar-se de sua posição inicial assumindo papéis temáticos diferentes. Esta pesquisa tem por objetivo analisar a proposta da teoria de cópia por movimento (Nunes, 1995) comparando com os achados na língua portuguesa brasileira e na língua brasileira de sinais. Como objetivos específicos pretendemos exemplificar os movimentos por cópia presentes na sintaxe da Libras, discutindo a proposta de Nunes e Quadros (2008) para a Libras a partir de novos dados de análise. Trata-se de uma discussão da literatura acerca do apagamento de cópias, o vestígio e a proposta de copiar, conectar, formação de cadeias e redução discutida no trabalho de Nunes (1995). As postulações de Nunes (2003) refletindo os achados de Chomsky no Programa Minimalista (1993) revelam que é preciso entender os objetos do movimento não mais como vestígios e sim como cópias. Assim, uma cópia é um vestígio que não é possível ser interpretada no nível fonológico (PF) mas, nas relações lógicas e de sentido que se originam entre os constituintes (LF). Na Libras temos a pesquisa de Nunes e Quadros (2008) que postula que construções com elementos focalizados do tipo enfático (E-focus) já descritas por Lillo-Martin e Quadros (2004) movem-se de TP para Spec de TP. Este movimento alçado e o E-foc se fundem morfologicamente, evitando que a cópia seja excluída e deixando um traço fonético. Por fim, os autores demonstram que línguas de sinais são linearizados como línguas faladas, demonstrando que a relação entre cadeias não é influenciada pela diferença de modalidade (visual-gestual, como as Línguas de Sinais). Entendemos neste estudo que na Libras há possibilidade de construções duplicadas sendo elas do tipo interrogativo (WH). Assim, normalmente podem aparecer em situ: <JOÃO GOSTAR QUEM>wh ou ainda movidas para Spec de CP:<DE QUEM [ip JOÃO GOSTAR t]>qu movido. (QUADROS, 2004). Este é um estudo inicial do tipo bibliográfico que buscou fundamentar a teoria de cópia por movimento com exemplos de sentenças em Libras que reforçam que construções do tipo foco podem ser movidas e copiadas obedecendo aos princípios de economia do gerativismo e da relação de copiar, conectar, formar cadeia e reduzir cadeia nas sentenças em Libras demonstrando a gramaticalidade e agramaticalidade nesta língua. Como resultados preliminares, compreendemos que como uma língua natural a Libras obedece aos postulados do programa minimalista do gerativismo e que uma vez que tal elemento não entre na relação de c-comando é necessário que a cópia mais alta forme uma nova cadeia para haver então o apagamento da cópia mais baixa, deixando um vestígio.
Comissão Organizadora
Dr. Humberto Meira de Araujo Neto (UFAL)
Dr. Jair Barbosa da Silva (UFAL)
Dr. Alexandre Melo de Souza (UFAL)
Dr. Nágib José Mendes dos Santos (UFAL)
Dr. Paulo Rogério Stella (UFAL)
Me. Thiago Bruno de Souza Santos (UFAL)
Comissão Científica
Dr. Alexandre Melo de Souza (UFAL)
Dr. Anderson Almeida da Silva (UFPE)
Dr. Bruno Gonçalves Carneiro (UFT)
Dra. Camila Tavares Leite (UFU)
Dr. Charley Pereira Soares (UFMG)
Dra. Dayane Celestino de Almeida (Unicamp)
Dr. Guilherme Lourenço de Souza (UFMG)
Dr. Humberto Meira de Araujo Neto (UFAL)
Dr. Jair Barbosa da Silva (UFAL)
Dra. Lígia dos Santos Ferreira (UFAL)
Dra. Lorena Araújo de Oliveira Borges (UFAL)
Dra. Miriam Royer (UFCA)
Dr. Nágib José Mendes dos Santos (UFAL)
Dr. Paulo Rogério Stella (UFAL)
Dra. Rita de Cássia Souto Maior Siqueira Lima (UFAL)
congressointernellis@gmail.com
Publicação dos anais do II Congresso Internacional de Estudos em Linguística de Línguas de Sinais | Internellis - celebrando os 10 anos do curso de Letras-Libras da UFAL.
ISBN: 978-65-01-25702-0