ESTUDO DIACRÔNICO DA ICONICIDADE DOS SINAIS NA LIBRAS

ESTUDO DIACRÔNICO DA ICONICIDADE DOS SINAIS NA LIBRAS

• Autor
• Philipe Aguiar Pacheco dos Santos
• Co-autores
• Lindilene Maria de Oliveira
• Resumo

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  A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua gesto-visual, ou seja, sua comunicação utiliza o espaço como meio de reprodução e a visão é o sentido responsável pela recepção dela. A Libras usa representações imagéticas para se referir a algum significado, logo se aproxima o referente com o sinal, gerando um grau de iconicidade alto (Brentari, 2017), contrariando a perspectiva de Saussure. Por ser uma língua de modalidade vísuo-espacial, a iconicidade está presente em grande parte dos sinais da libras, pois a relação entre a “forma” e o “sentido” é mais visível. O presente trabalho propõe-se a analisar o estudo diacrônico da iconicidade dos sinais na Libras, buscando entender como e por que alguns sinais icônicos mudam ao longo do tempo. Como objetivos específicos se tem a explanação de definições como iconicidade e arbitrariedade, como também explorar acerca da dinâmica de uma língua viva. O estudo é fundamentado em autores como Saussure (2006), Pierce (1999), Brentari (2017), Teixeira (2014), Strobel e Fernandes (1998), os quais justificam que se faz necessário identificar a mudança e a percepção do mundo dos surdos, considerando que a percepção da iconicidade está em constante mutação, tendo em vista que a língua é viva e por isso, dinâmica. A metodologia utilizada será a quantitativa com estatística descritiva, por meio de referências bibliográficas e entrevistas com pessoas surdas e ouvintes. Para a entrevista selecionamos 6 pessoas das quais 3 possuem idade superior a 50 anos e as outras 3 possuem idade inferior a 30 anos. Foi dada uma lista de 30 nomes em português a fim de que eles os sinalizassem e opinassem acerca da iconicidade ou arbitrariedade do sinal. Como resultados foi possível perceber que o grupo mais velho identificou mais sinais como arbitrários do que o grupo mais jovem. É importante destacar que os sinais de “crente”, “sinal” e “pessoa” foram identificados como arbitrários para todos os mais jovens, no entanto, para o grupo dos mais velhos, houve indicação de iconicidade. Na contramão dos sinais supracitados, encontramos os sinais de “motorista”, “igreja”, “prova”,“celular”, “gritar”, “subir”, “tubarão”, “bolsa” e “peixe”, os quais os jovens, de maneira unânime, apontaram como icônicos, contudo não foi unânime entre os mais velhos. Ratificando assim a base teórica do estudo, a qual prega a ideia de que a iconicidade de um sinal pode ir mudando ao passar do tempo, de ambas as formas, isto é, o sinal pode deixar de ser icônico e se tornar arbitrário como também pode deixar de ser arbitrário e passar a ser icônico.

• Palavras-chave
• Iconicidade. Sinais. Libras.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Linguística Aplicada e Línguas de Sinais

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