AS CONTRIBUIÇÕES DO VISUAL VERNACULAR PARA O REFINAMENTO DAS PRODUÇÕES EM LÍNGUA DE SINAIS

  • Autor
  • Ana Cláudia Luciani de Melo Nascimento Pinto
  • Resumo
  •  

     

    O desenvolvimento do visual vernacular (vv) mudou a maneira como os surdos vêm produzindo suas narrativas em línguas de sinais pelo mundo. Isso evidencia a alta produtividade e o aprimoramento da performance surda no fazer literário dos sujeitos surdos. Idealizado por Bernard Bragg, artista surdo, produziu o primeiro visual vernacular quando publicou o vídeo A águia e o esquilo (1970). Utilizando-se de técnicas cinéticas visuais, aliada a três aspectos cinematográficos como ângulos, shot (tomada) e edição, Bragg (1970) demonstrou a capacidade das expressões imagéticas cinematográficas dentro das narrativas em língua de sinais através do uso das artes visuais e espaciais. A partir de então, o visual vernacular foi tomando espaço nas comunidades surdas espalhadas pelo mundo possibilitando ao sujeito surdo potencializar seus talentos através de uma arte que usa como elemento principal os classificadores. Diante disto, esta pesquisa tem por objetivo descrever as expressões narrativas que fazem uso do visual vernacular em três diferentes tipos de línguas de sinais por diferentes sinalizantes a fim de encontrar um padrão de produção. Especificamente, averiguar a participação das expressões faciais para o ritmo literário, checar a participação dos movimentos corporais para a construção de perspectiva e analisar o uso dos espaços mentais como contributos para a inserção de participantes no texto literário. Para tanto, lançamos de autores como Carneiro (2018), Pereira (2021), Martins (2022) dentre outros para corroborar com os achados desta pesquisa. A metodologia adotada é de natureza aplicada, de abordagem qualitativa, de investigação explicativa e metodológica. Conforme os atributos que esta pesquisa apresenta, estuda aspectos subjetivos de fenômenos sociais e do comportamento humano. Os objetos de uma pesquisa qualitativa são fenômenos que ocorrem em determinado tempo, local e cultura. Isto posto, o vv se insere nesse quadro pois é feito uma análise descritiva das produções em Libras de forma indutivamente. Os dados analisados , foram catalogados de uma plataforma digital que dispõe de vídeos de domínio público (YouTube) que apresentam a literatura surda na versão do vv. Utilizando-se dos mais variados recursos linguísticos e não-linguísticos, o vv tem contribuído para uma nova forma de fazer literatura. Numa dinâmica harmônica entre esses elementos, percebemos que o sinalizador manuseia com maestria esses elementos de forma a produzir um efeito visual coerente e coeso. Como forma de atestar a dinamicidade desses elementos, procedemos com as analises de três produções visuais em vv produzidos por pessoas surdas de nacionalidades diferentes as quais fazem uso de diferentes línguas de sinais. Verificamos, dentre um leque de possibilidades, aspectos inerentes, como critério de análise, o sinalizador (expressões faciais e corporais), a velocidade, a mudança de personagem e zoom. Isto posto, a pesquisa confirma o caráter altamente produtivo de um recurso literário, o visual vernacular, que veio para refinar as produções literárias em língua de sinais nas mais variadas narrativas.

  • Palavras-chave
  • Língua de Sinais. Visual Vernacular. Literatura Surda 
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Descrição e análise linguística de Línguas de Sinais
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Publicação dos anais do II Congresso Internacional de Estudos em Linguística de Línguas de Sinais | Internellis - celebrando os 10 anos do curso de Letras-Libras da UFAL.

ISBN: 978-65-01-25702-0