As pesquisas que descrevem a Língua Brasileira de Sinais, Libras, tem ganhado espaço nos estudos linguísticos, especificamente, a partir dos primeiros estudos realizados como o de Ferreira-Brito (1995), por exemplo. Na Linguística, há um campo que estuda os signos que nomeiam lugares, isto é, nomes de ruas, cidades, estados e outros, a Toponímia. Como uma das percursoras desses estudos, nas línguas orais, temos a professora Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (1992), a qual propôs taxionomias para a descrição de topônimos. No caso das línguas de sinais, especificamente, da Libras, temos as primeiras pesquisas de Souza-Júnior (2012) e Aguiar (2012) que podem ser consideradas como percursoras neste campo. A partir desse contexto, o presente estudo visa analisar e descrever os aspectos morfológicos e semânticos-motivacionais de sinais em Libras que nomeiam os municípios do estado de Sergipe. Para tanto, pretendemos, inicialmente, repertoriar as pesquisas acadêmicas que abordam sobre a Toponímia em Libras e discutir os seus principais resultados, servindo como aporte teórico, tais como: Souza-Júnior (2012), Aguiar (2012), Sousa; Quadros (2019); Miranda (2020) e Sousa (2022, 2023). Para atingir esse objetivo maior, será necessário: 1) coletar os sinais toponímicos que nomeiam os munícipios sergipanos, descrevendo a sua constituição e produção fonético-fonológica; 2) descrever as estruturas morfológicas dos sinais toponímicos realizados por surdos; 3) identificar os aspectos semânticos-motivacionais que levaram o surdo a nomear determinado local e 4) observar possíveis variações linguísticas nos topônimos. Considerado como o menor estado em território do Brasil, Sergipe possui 75 municípios e faz divisa com os estados de Alagoas e Bahia. A comunidade surda sergipana se concentra, em sua maior parte, na capital Aracaju, local em que surdos e surdas, da área urbana e interiores, estabelecem espaços de convívio e interação entre seus pares. Para a realização do estudo, pretendemos partir por uma pesquisa de abordagem quanti-qualitativa, a qual se configura do tipo descritiva. Como instrumento de coleta de dados, será utilizada a entrevista com 06 (seis) surdos, sendo 03 (três) do sexo feminino e 03 (três) do sexo masculino. A escolha por estes surdos participantes acontecerá da seguinte forma: a) surdos com nível superior; b) proficiência em Libras; c) residir em Sergipe há mais de 10 anos ou ser natural do estado e d) inserção na comunidade surda sergipana. As entrevistas ocorrerão de forma individual e em grupo. Para o seu registro, será gravada em ambiente formal e seguindo as normas de gravação de vídeo em Libras. Os dados coletados serão analisados a partir de quatro pontos: estrutura fonética, fonológica e morfológica do topônimo; a Taxionomia semântico-motivacional com base em Dick (1992); a referência icônica e a variação linguística. O estudo ainda não está concluído, portanto não há resultados.
Comissão Organizadora
Dr. Humberto Meira de Araujo Neto (UFAL)
Dr. Jair Barbosa da Silva (UFAL)
Dr. Alexandre Melo de Souza (UFAL)
Dr. Nágib José Mendes dos Santos (UFAL)
Dr. Paulo Rogério Stella (UFAL)
Me. Thiago Bruno de Souza Santos (UFAL)
Comissão Científica
Dr. Alexandre Melo de Souza (UFAL)
Dr. Anderson Almeida da Silva (UFPE)
Dr. Bruno Gonçalves Carneiro (UFT)
Dra. Camila Tavares Leite (UFU)
Dr. Charley Pereira Soares (UFMG)
Dra. Dayane Celestino de Almeida (Unicamp)
Dr. Guilherme Lourenço de Souza (UFMG)
Dr. Humberto Meira de Araujo Neto (UFAL)
Dr. Jair Barbosa da Silva (UFAL)
Dra. Lígia dos Santos Ferreira (UFAL)
Dra. Lorena Araújo de Oliveira Borges (UFAL)
Dra. Miriam Royer (UFCA)
Dr. Nágib José Mendes dos Santos (UFAL)
Dr. Paulo Rogério Stella (UFAL)
Dra. Rita de Cássia Souto Maior Siqueira Lima (UFAL)
congressointernellis@gmail.com
Publicação dos anais do II Congresso Internacional de Estudos em Linguística de Línguas de Sinais | Internellis - celebrando os 10 anos do curso de Letras-Libras da UFAL.
ISBN: 978-65-01-25702-0