Este trabalho tem o objetivo de examinar as origens e fundamentos da metafísica vegetal proposta pelo filósofo argentino Rodolfo Kusch (1922-1979), de modo a contribuir na formulação de uma filosofia intercultural. Desde suas influências filosóficas até suas experiências pessoais com as culturas indígenas da América Latina, Kusch desenvolveu uma perspectiva única sobre a relação entre o ser humano e a natureza, destacando a importância central dos elementos vegetais nessa dinâmica. Em suas obras, encontramos uma proposta hermenêutica que se ocupa de interpretar um lugar situado, como Abya Yala, a partir de um olhar profundo sobre a relação entre o ser humano e a natureza, particularmente através de sua lente única: a metafísica vegetal. De caráter teórico, a proposta é expor as principais contribuições de Kusch para este campo fascinante, mergulhando na intersecção entre a filosofia e a ecologia. Para tanto, adentraremos na intricada teia do seu pensamento quando tece uma relação entre a natureza e a cultura, no qual apresenta uma visão holística que reconheça a interdependência entre todas as formas de vida. Além disso, examinaremos, como a metafísica vegetal de Kusch oferece perspectivas valiosas para repensarmos questões contemporâneas, como a crise ambiental e a busca por uma maior harmonia entre os seres humanos e o mundo natural. Enfim, a reflexão kuscheana pretende penetrar na essência do americano, iluminando aspectos de nossa cultura, de nossa história e de nossa política, num verdadeiro ato de conversão que permite superarmos a consciência intelectual em direção a uma consciência espiritual e intercultural.
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