Esta proposta de trabalho tem como objetivo discutir as potencialidades da obra da artista e performer cubana Ana Mendieta, a partir do diálogo com os estudos decoloniais e ecofeministas. Mendieta explora uma diversidade de materiais e formatos em suas produções artísticas, sendo terra, corpo e sangue elementos recorrentes nos trabalhos da artista que desde os 12 anos de idade passou a viver nos Estados Unidos como exilada política com seu corpo racializado e colonizado. Desterrada, é na arte e em seu corpo-terra, corpo-útero, corpo-natureza que Mendieta encontra espaço para refletir acerca de ausência de pertencimento, violência contra o corpo feminino e contra o ecossistema; violência contra corpos colonizados por sistemas opressores, entre eles, o patriarcado. Assim, neste trabalho, pretendemos refletir acerca de modos de decolonização do corpo feminino em consonância com natureza, território e ecossistema mobilizados pelo diálogo com obras emblemáticas de Mendieta, que nos convidam a redimensionar nosso olhar para as relações que estabelecemos com as distintas alteridades. A fim de dar corpo ao que nos propusemos discutir, selecionamos quatro trabalhos da diversa obra deixada pela artista. São eles – Arbol de la vida, Flores en el cuerpo, Rape Scene e People Looking at Blood, Moffitt.
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