Este trabalho analisa a implantação dos Itinerários Formativos - IF (elemento curricular de escolha dos estudantes), no contexto de reforma do Ensino Médio no Brasil, sob o prisma da Filosofia da Libertação, Giro Decolonial e Pedagogia Analógica Decolonial (Dussel, 2012, 2021; Grosfoguel, 2022 e Silva Neto, 2023). Problematiza os processos institucionais frutos dos movimentos eurocentrados, sob a imposição hegemônica do estado na manutenção de estratégias como a implementação dos Itinerários Formativos (IF), marcados pela ausência dos atores-autores, refletindo uma realidade que nega a possibilidade de desenvolvimento integral dos estudantes. Desvela a relação entre o real e o ideal na reforma curricular, cuja parcialidade desencadeou uma miscelânea caótica de propostas formativas, incapaz de produzir resultados positivos. Neste contexto, a filosofia dusseliana denuncia a imposição do controle e da dominação através dos elementos constitutivos do currículo do Novo Ensino Médio que implicam a existência de elos íntimos e complexos entre escola, conhecimento, poder, ideologia e subjetividade. Metodologicamente, trata-se de uma análise qualitativa, que abrange a compreensão dos fenômenos desde o lócus enunciatório do sujeito público-alvo do Itinerário Formativo, sob os pressupostos do método ana-dialético proposto pela Filosofia da Libertação (Dussel, 1995). Parte desde a perspectiva do grito dos excluídos - os estudantes, nas manifestações desencadeadas a partir da implantação do Novo Ensino Médio, em um contexto de negação dos mecanismos de participação na escolha de seus trajetos formativos. Demonstra, por fim, o movimento de negação da escola como espaço de escuta e construção conjunta, democrática e de exercício da exterioridade do outro.
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