Este texto apresenta os posicionamentos de personagens envolvidos com o processo de organização das atividades acadêmicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL-USP), privilegiando uma abordagem do espaço de experiência e do horizonte de expectativa de agentes políticos e docentes dos primeiros anos após a criação desta instituição (1934). Com base nos debates da história intelectual e em dados registados no Anuário (aulas inaugurais, seminários, relatórios) esta narrativa expõe as avaliações referentes a ideia de universidade e ao papel da FFCL no contexto da década de 1930. Nesses documentos, percebe-se a tentativa de demarcar um horizonte de expectativa no âmbito da história da educação superior no Brasil, especialmente por parte das lideranças políticas da instituição. Ao mesmo tempo, as publicações do Anuário dão visibilidade aos posicionamentos de inúmeros docentes, nos quais se observa a expectativa da missão estrangeira e a expectativa dos próprios professores, mas, sobretudo, nota-se o registro de uma certa ambivalência entre horizontes de expectativa e espaços de experiência. A análise desses dados está articulada ao conjunto de produção existente sobre a história do ensino superior no Brasil. Em síntese, esta proposta inscreve-se na história intelectual, domínio que ganhou espaço a partir dos anos 1980, direcionando para uma interlocução entre história intelectual, história dos intelectuais e sociologia dos intelectuais, cuja preocupação é observar a atividade intelectual de modo relacional ao mundo da vida e de maneira articulado ao mundo cultural.
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