A comunicação, na primeira parte, aborda a conceitualização das representações literárias da catástrofe, do trauma e dos testemunho, geralmente aplicada à literatura em dois grandes campos de discurso: um europeu e norte-americano e outro latino-americano, a partir da experiência histórica e literária dessas duas regiões geopolíticas. No primeiro campo, o trabalho de memória é baseado na Segunda Guerra Mundial e no Shoah, enquanto no segundo campo, o trabalho de memória é baseado principalmente nas experiências ditatoriais e de exploração econômica e repressão às minorias. Na segunda parte, a comunicação propõe a necessidade uma atualização no que se refere aos conceitos de trauma e testemunho aplicados à literatura, pois estes podem não dar conta da análise da obra dos novos agentes produtores de cultura. Especialmente quando a produção poética não é realizada sob um dos principais efeitos do trauma em sua concepção freudiana, que é o deslocamento do sujeito do real. Para análise, traz a obra poética de duas poetas contemporâneas - Miriam Alves e Ellen Lima Wassu - para analisar com elas abordam os lutos e traumas materiais e simbólicos referentes à escravidão, expropriação de territótio e subjugação dos corpos de mulheres negras e indígenas. A conclusão é a de que Alves, mulher negra, utiliza o dispositivo do erotismo e do corpo negro livre; Lima, mulher indígena, traz o corpo-território.
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