Este trabalho tem como objetivo investigar a produção da subjetividade política feminina no contexto brasileiro, através de grupos e coletivos de mulheres nas redes sociais e outras mídias digitais. Para tal, a observação direta e análise de hashtags, postagens e conversações nas plataformas digitais Facebook, Instagram, X, Tik Tok e Youtube, delineia o espaço de investigação e os instrumentos da pesquisa. Além disso, entrevistas em profundidade com as participantes das redes selecionadas, serão fontes de alta relevância para a análise dos elementos que constituem a experiência singular e os processos de subjetivação, através do constructo de gênero e da subjetividade política. O referencial analítico contempla três eixos principais: análise do discurso crítica, estudos que discutem a interface entre esfera pública, redes digitais, subjetividade e gênero; e perspectivas feministas interseccionais e decoloniais. Nesse cenário, mulheres de diferentes espectros políticos e ideológicos ocupam o ciberespaço através da produção de dinâmicas de cuidado e acolhimento divergentes, construindo múltiplas narrativas a respeito de suas trajetórias e formas de ser mulher na contemporaneidade. Essas narrativas moldam identidades e podem influenciar na construção de ações coletivas no campo virtual, bem como nas ruas, tensionando maneiras de socialização e participação política divergentes. O estudo de múltiplas expressões da subjetividade de mulheres nas redes contribui para uma análise mais ampliada dos processos democráticos vigentes, considerando o atravessamento de gênero e demais marcadores sociais e políticos.
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