O presente trabalho visa discutir como o sistema prisional brasileiro reproduz lógicas de racismo ambiental em sua constituição agravadas pela crise climática em andamento. Dessa forma, é importante realizar uma discussão sobre como o punitivismo e o encarceramento como forma de punir são fundamentados pela ideologia colonial que promove a inferiorização, desumanização e genocídio dos diversos grupos populacionais originários e diaspóricos, em que os sujeitos são expropriados dos territórios e os territórios expropriados para outros sujeitos (FERDINAND, 2022). Nessa toada, a criminalização se estabelece como forma de controle colonial da população subalternizada, em que a subjugação de sujeitos e do meio ambiente se constrói de forma entrelaçada. Nesse sentido, o sistema prisional brasileiro e seus diversos cenários passam a ser espaços construídos para a permanência e contenção desses sujeitos sob controle penal forjado pela colonialidade, se constituindo como lugares de agravamento de racismo ambiental e mais vulneráveis aos efeitos decorrentes das mudanças climáticas. Através de discussão teórica e pesquisa em documentos, como relatórios oficiais, matérias jornalísticas e bases de dados, o presente trabalho explora as relações entre punitivismo, racismo ambiental e a crise climática e aponta que as situações de risco tanto dentro quanto fora do cárcere, afetam as populações que já sofrem com a injustiça ambiental. Assim, a crise climática exacerba o racismo ambiental presente nos territórios rurais e urbanos, inclusive no sistema prisional, intensificando as condições de risco existentes.
Comissão Organizadora
EDITORA PHILLOS ACADEMY
Comissão Científica