Nossa proposta é a de (re)pensar a América Latina a partir de conceitos como cultura, fronteira e tradução. Também se trará à discussão um conceito não isento de polêmica – o de Antropoceno –, por uma óptica que, se não é tão nova, só recentemente tem ocupado o espaço necessário e urgente – o da “crítica indígena”. Nesse sentido, serão convocadas contribuições de autores e pesquisadores que têm enxergado no continente de que tratamos a potência de levar ao mundo outras perspectivas que façam frente aos impasses sociais, econômicos, políticos e ambientais que nos últimos anos têm se amplificado. Esse enfrentamento, segundo defendemos, só logrará êxito se se juntarem as forças não somente advindas de teóricos e acadêmicos que têm se dedicado ao chamado “Sul Global” como também de pensadores que vêm emergindo da multiplicidade de povos e culturas latino-americanos – dos quais, para ficarmos no contexto brasileiro, podemos citar o intelectual indígena Ailton Krenak. O continente tem deparado, ao longo de sua história pós-colonização europeia, com o que chamamos “paradoxo fáustico”: se, de um lado, os que aqui chegaram fomentaram o desenvolvimento do capitalismo europeu, de outro, nunca deixaram de estar na “periferia” da modernidade e do capitalismo que irrompiam, e que trouxeram como “efeito colateral” a aceleração dos problemas ambientais que hoje se alastram em escala global. O que propomos, em síntese, é falar da América Latina em sua potência de propor novos modos de ação sobre o planeta.
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