A diáspora africana, tanto em Portugal quanto no Brasil, unge-se de profundas relevâncias históricas, sociais e culturais, embora em contextos e épocas distintas. Assim sendo, o presente trabalho busca fazer uma cartografia do tráfico negreiro entre os dois países; vale mencionar que o Brasil foi colônia de Portugal por 322 anos (de 1500 a 1822). Propõe-se a resgatar as memórias presentes nestes territórios, como a formação dos quilombos e os patrimônios culturais afrodiaspóricas que se constituem marcas de um passado presente. A formação das populações afrodescendentes, tanto em Portugal quanto no Brasil apresentam caracteres distintos, onde a territorialidade contígua com questões históricas e culturais são balizadoras dessas peculiaridades, o que impacta na formação das sociedades e nas identidades culturais. O estudo aqui apresentado caracteriza-se como sendo de caráter cartográfico. No Brasil , cerca de 55,5% da população constitui-se de pretos e pardos, de acordo com o censo demográfico de 2022, onde 0,65% se autodeclaram quilombolas; em Portugal, a diáspora ainda carece de dados precisos, mas a ênfase caracteriza-se sobretudo pela imigração e integração, em que cada vez mais são revelados patrimônios culturais que contam uma história esmaecida pelo poder colonialista, e que ressurge como arma empunhando que o país reconte sua história em que o comércio transatlântico foi responsável pela escravização de um plantel de africanos e pelo genocídio negro, uma nódoa indelével que precisa ser reconhecida. Esses dois países continuam a pelejar com os legados da escravização, marcado pelo preconceito racial e luta por direitos
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