Esta pesquisa analisa três contos da obra Contos Negreiros (2005), de Marcelino Freire, com enfoque nas questões de representação negra e decolonialidade. A partir das narrativas “Esquece”, “Totonha” e “Yamami”, problematiza-se a subalternização de sujeitos negros, abordando temas como racismo, preconceito, objetificação e exclusão social. Sob a perspectiva dos estudos decoloniais, busca-se compreender como as práticas coloniais persistem no imaginário social, perpetuando desigualdades e discriminações. O método qualitativo, aliado a uma análise interpretativa e bibliográfica, sustenta a investigação das inúmeras identidades representadas na literatura e sua interseção com processos históricos e culturais. A obra de Freire permite visibilizar vozes marginalizadas, promovendo reflexões acerca da necessidade de desconstrução de discursos normatizados pela colonização. A análise dos contos evidencia as implicações da violência estrutural, dos preconceitos e da invisibilidade que marcam as vidas de personagens negros. Além disso, ressalta-se a relevância de considerar a literatura como instrumento crítico, capaz de fomentar mudanças sociais e culturais. Conclui-se que os contos de Marcelino Freire se configuram como uma ferramenta de denúncia das condições vividas por populações marginalizadas e um convite à reflexão sobre os legados da colonialidade na contemporaneidade.
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