A ação afirmativa no ensino superior brasileiro, ampliada desde 2012, tem como premissa cessar a continuidade de desigualdades sociais e econômicas para grupos historicamente discriminados, garantindo maior acesso à educação superior. Na Unesp, essas políticas foram implementadas em 2014, marcando-a como a primeira universidade estadual paulista a adotar tais práticas. Essas iniciativas permitiram a entrada de estudantes de origens populares, abrangendo grupos de diferentes etnias, raças e populações periféricas. Reconfigurando a diversidade no segmento estudantil e trazendo à tona questões desafiadoras e contraditórias da sociedade. A relevância dessas políticas vai além da dimensão socioeconômica, abrangendo também aspectos culturais e técnicos-científicos. Destacamos quatro grandes eixos de atuação dessa política: a) formulação de políticas internas que atendam à nova demanda e sua articulação com as políticas sociais nos territórios onde a universidade atua; b) enfrentamento das diretrizes científicas de caráter universal, amplamente baseadas em saberes brancos e eurocentrados; c) reconhecimento das vivências acadêmicas coletivas, que se tornam matrizes para a formulação de políticas internas; d) revisão contínua da missão institucional em relação à sociedade. Reforçando a perspectiva de descolonização do conhecimento, ao tratar temas como gênero, racismo, cultura e ciência de forma integrada. A perspectiva descolonial emerge como essencial no desenvolvimento das políticas afirmativas, articulando-se aos desafios e avanços promovidos. Tais políticas demonstram ser fundamentais para a transformação social, acadêmica e cultural, contribuindo para a construção de um ambiente mais diverso e inclusivo no ensino superior público.
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