Este estudo tem como objetivo analisar os processos de doação, seleção, caracterização e uso de manuais didáticos que circularam nas escolas públicas da província da Bahia entre 1837 e 1868. O trabalho insere-se no campo da História da Cultura Escrita, com enfoque na escolarização e na História Social Linguística, buscando compreender práticas educativas e culturais do período. A pesquisa fundamenta-se em correspondências manuscritas preservadas no Arquivo Público do Estado da Bahia, especialmente no maço de nº 4038, que contém registros detalhados sobre doações de livros e pareceres avaliativos emitidos sobre os manuais escolares destinados às escolas públicas. Adota-se o paradigma indiciário como metodologia, que valoriza a análise de detalhes e pistas contidas nos documentos, a pesquisa investiga os critérios utilizados para a seleção e aprovação dos manuais didáticos. Além disso, busca identificar os atores envolvidos nos processos, mapeando os signatários e destinatários mencionados nas correspondências. Outra contribuição significativa do trabalho é a proposta de uma mediação narrativa, que visa tornar os textos oitocentistas mais acessíveis ao leitor contemporâneo, considerando as barreiras interpretativas impostas pela linguagem e contexto histórico da época. Dessa forma, o estudo não apenas revisita a dinâmica educacional da Bahia oitocentista, mas também amplia as perspectivas sobre a relação entre os processos de escolarização, circulação de saberes e práticas culturais, contribuindo para o aprofundamento das pesquisas na área.
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