Em meu primeiro ano como professora do 1º ano do Ensino Fundamental, tive o desafio de ensinar um dos conceitos mais básicos e, ao mesmo tempo, essenciais da matemática: antecessor e sucessor. A minha turma, cheia de energia e curiosidade, precisava de algo mais do que apenas explicações no quadro. Eles precisavam de uma experiência. Decidi transformar a sala de aula em uma grande fila de números. Começamos com a contagem do 1 ao 32, com cada criança recebendo um número para segurar. - Eu, como a líder da fila, segurava o número 5. Perguntei: Quem está logo na minha frente, na fila? A criança com o número 4 levantou a mão. Muito bem, Eu disse, O 4 é o antecessor do 5, porque ele vem antes!. Em seguida, perguntei: E quem está logo atrás de mim, na fila? A criança com o número 6 respondeu, e eu expliquei: O 6 é o sucessor do 5, porque ele vem depois. A partir desse primeiro exemplo, a turma toda começou a se empolgar. - Eu dava um número e eles, rapidamente, identificavam seus vizinhos na fila. Para aprofundar a compreensão, preparei uma atividade com cartões. Cada aluno pegava um cartão com um número e tinha que encontrar o cartão do seu antecessor e sucessor. Eles corriam pela sala, comparando os números e formando pequenas sequências de três. Era uma verdadeira caça ao tesouro matemática. Uma das maiores dificuldades que percebi foi com o número 1. Muitos alunos, no início, ficavam confusos, pois não havia um número na frente dele. Foi a oportunidade perfeita para introduzir a ideia de que, no nosso conjunto de números, o 1 é especial, pois ele é o primeiro e não tem um antecessor que seja um número natural. Essa pequena nuance, explicada com a metáfora da fila, ajudou a solidificar o aprendizado. Outro ponto crucial foi conectar o conceito com a vida real. Falamos sobre a idade deles (o que vem antes e depois do 6, por exemplo) e os dias da semana. Se hoje é quarta-feira, qual é o dia antecessor? E qual é o dia sucessor? Isso mostrou a eles que a matemática não está só nos livros, mas em tudo o que os cerca. O sucesso dessa abordagem foi notável. No final da semana, a maioria dos alunos já dominava o conceito com confiança. O que começou como uma simples lição de matemática se transformou em um jogo divertido e interativo. A experiência me ensinou que, para o ensino fundamental, a melhor forma de aprender é fazendo. A matemática se torna menos assustadora e mais interessante quando é tangível e quando as crianças podem tocar se movimentar e se divertir com os números. E assim, a base para operações futuras, como a adição e a subtração, foi lançada de forma sólida e memorável para cada um deles.
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