O projeto busca enfrentar os desafios socioambientais ocasionados pelo desmatamento e pela falta de conscientização acerca da importância da floresta para a manutenção dos ecossistemas locais. A prática cultural de derrubar árvores e limpar as margens dos rios, realizada pelo caboclo ribeirinho sem a intenção de causar danos, gera consequências graves a longo prazo, como erosão, formação de bancos de areia, assoreamento e perda de biodiversidade. Os impactos climáticos recentes, sobretudo a estiagem extrema de 2023, que resultou em secas históricas, morte de peixes, dificuldade de transporte e desabastecimento em várias comunidades amazônicas, ressaltam a urgência de ações concretas de reflorestamento e preservação. Nesse contexto, o projeto se fundamenta na necessidade de promover equilíbrio entre as atividades humanas e o meio ambiente, contribuindo para o controle da erosão e a garantia da sustentabilidade das margens do Paraná do Ramos.
O objetivo geral é preservar e recuperar as áreas degradadas das margens do rio, criando condições para que a população ribeirinha viva em maior harmonia com a natureza. Ao propor o envolvimento direto das comunidades locais, juntamente com as escolas que fazem parte, como a Escola Estadual Esperança e Escola Municipal Tereza Figueiredo de Castro, pretende-se fortalecer a consciência ambiental e transformar os moradores em agentes ativos de conservação, capazes de proteger os recursos hídricos e florestais para as próximas gerações.
A metodologia aplicada combina ações de reflorestamento com atividades educativas. Um galpão de mudas foi estruturado para garantir a produção e cultivo de espécies nativas, que são posteriormente plantadas com a colaboração dos próprios ribeirinhos, em particular com os alunos da Escola Estadual Esperança. Cada etapa do plantio é registrada em gavetas de madeira identificadas com o título do projeto, promovendo o acompanhamento e manutenção. Paralelamente, palestras e oficinas, apoiadas pelo uso de recursos audiovisuais, são realizadas para conscientizar a população sobre os riscos da erosão e a importância do reflorestamento, transformando o conhecimento em ferramenta de preservação. Para viabilizar a execução, uma embarcação de pequeno porte garante o deslocamento pela área de abrangência, que inclui as cidades de Barreirinha, Boa Vista do Ramos e Urucurituba.
Os resultados preliminares indicam boa aceitação da iniciativa por parte da comunidade local, que reconhece a importância de restaurar as áreas degradadas e se mostra disposta a participar ativamente do processo. A interação entre saberes científicos e o conhecimento tradicional do caboclo ribeirinho fortalece a implementação do projeto, ampliando suas chances de sucesso a longo prazo.
Conclui-se que o projeto constitui uma ferramenta essencial para promover a sustentabilidade ambiental e assegurar um futuro mais equilibrado para as comunidades do Paraná do Ramos. A preservação das margens, aliada ao reflorestamento e ao controle da erosão, contribui não apenas para o equilíbrio ecológico, mas também para a qualidade de vida das populações ribeirinhas, garantindo acesso a recursos naturais e fortalecendo a resiliência frente às mudanças climáticas. Para tanto, torna-se indispensável o apoio institucional e social, de forma a consolidar políticas públicas que assegurem a continuidade e o fortalecimento de ações voltadas à preservação ambiental.
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