“Tudo no mundo começou com um sim” Lispector (2020) e foi com o aceite de participação em um concurso nacional de desenho e carta acerca das mudanças do clima que esta experiência de prática educativa se construiu. Centrando sua abordagem nos conceitos de racismo ambiental, o papel da COP 30 e o significado da sua realização na Amazônia foram desenvolvidas as atividades do concurso. Os estudantes se apropriaram das discussões construídas na escola e resolveram, para além do concurso, atuar em prol da comunidade escolar. Sob orientação da pedagoga da escola, os estudantes se mobilizaram e com as discussões conseguiram conhecer a percepção dos seus pares sobre as mudanças climáticas, a partir da leitura, análise e categorização dos dados coletados nas redações produzidas no concurso. No espaço de discussão e análise, aprofundaram-se na bibliografia do tema encontrados em Pereira e Amparo (2023) que afirmam ser o racismo ambiental o conceito ligado a distribuição desigual dos danos ambientais. Como conclusões, foram observadas as seguintes percepções dos estudantes: há uma utilização de clima e condição meteorológica como sinônimos; relacionam as mudanças climáticas com seu cotidiano e demonstram insatisfação com o aumento das temperaturas; apontam ineficiências governamentais e há ponderações que as alterações de hábitos cotidianos podem melhorar a questão climática. Após análise de dados, os estudantes pesquisadores refletiram e propuseram a criação de um projeto de intervenção no qual a questão climática e ambiental – considerada por eles inseparáveis - deveria ser pauta para rodas de conversa com estudantes das séries iniciais e finais da escola. Ademais, como forma de criação de conteúdo, os estudantes pesquisadores roteirizaram e gravaram podcasts de curta duração para auxiliar na informação de qualidade socialmente referenciada na busca por inserir o debate sobre o que é o racismo ambiental e como ele opera na nossa comunidade. Dentre os temas abordados estão as atividades do agronegócio e as implicações da indústria têxtil na vida cotidiana, como elas fomentam o aumento do consumismo e a ingestão de agrotóxicos, fatores que afetam diretamente a vida das populações mais vulneráveis, ou seja, o projeto visa discutir como os impactos ambientais são vividos de forma desigual entre as populações com melhores e piores condições financeiras, desvelando, por fim, como se constitui o racismo ambiental, vivenciando a ciência na prática e dentro da escola.
Palavras-chave: Escola; Mudanças Climáticas; Podcast; Racismo Ambiental.
Referências
Lispector, Clarice. A hora da Estrela. Editora Rocco, Rio de Janeiro – RJ; 2020.
PEREIRA, Diego; AMPARO, Thiago de Souza. Raça, clima e direito: um debate sobre justiça climática. Diálogos Socioambientais, [S. l.], v. 6, n. 17, p. 10–12, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufabc.edu.br/index.php/dialogossocioambientais/article/view/924. Acesso em: 1 set. 2025.
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