A resistência bacteriana e o aumento na produção de radicais livres representam preocupações para a comunidade médica e acadêmica mundial, direcionando vários estudos para a busca de novos bioativos capazes de contribuírem para o combate a esses males. As plantas ao longo da existência humana foram a principal fonte de inúmeros constituintes químicos que, direta ou indiretamente, têm ajudado no combate a varias doenças. Dentre os vegetais, as macroalgas marinhas passaram, nos últimos quarenta anos, a se constituírem como uma possível fonte para o isolamento de compostos químicos bioativos. Considerando a diversidade e a extensão territorial do litoral baiano, ainda, com raros estudos dessa natureza, o presente trabalho teve como objetivo investigar o potencial antimicrobiano e antioxidante da macroalga Dictytopteris justii. A coleta do material foi na ilha de Itaparica (Penha), Bahia em dezembro de 2018, durante o período de maré baixa. Após a coleta, uma amostra foi separada para a exsicata e o restante foi limpo, seco e depois triturado. Os extratos foram obtidos por percolação a frio. Primeiro em presença do hexano, seguido do acetato de etila, em três extrações sucessivas para cada. Neste trabalho foi avaliado o extrato em acetato de etlia quanto ao potencial antimicrobiano e antioxidante. A atividade antimicrobiana foi realizada através da metodologia de difusão em disco (segundo a norma M2-A8 da NCLL). Os testes foram realizados em triplicatas, aplicando-se 10 µl de extratos (100 mg/ml) em discos de papel filtro (6,0 mm) e avaliados frente as cepas bacterianas: Bacillus subtilis, Staphylococus aureus, Escherichia coli, Peseudomonas aeruginosa e Salmonella choleraesuis e as cepas fungicas Aspergillus níger, Candida glabrata, e Candida albicans. Foram considerados resultados positivos aqueles que apresentassem um halo de inibição igual ou superior a 6,0mm. Para a atividade antioxidante foi adotada a metodologia, descrita Brand-Williams e Berset (1995), com base na inativação de radicais DPPH. A determinação de fenóis foi pelo método de Folin-Ciocalteau, tendo como padrão o ácido gálico. O teor de flavonóides pela metodologia de Park et al. (1998), usando como controle quercetina. Foram observados halos de inibição do extrato em acetato da D. justii frente às cepas bacterianas, Salmonella choleraesuis e Pseudomonas aeruginosa (Gram negativas) de 9,67 mm e 6,0 mm, respectivamente. Resultado semelhante foi observado para Candida albicans, com halo de inibição de 10,88 mm. O extrato de acetato apresentou atividade antioxidante moderada (25,6%) em comparação com o padrão. As analises dos conteúdos de fenóis totais e de flavonóides do extrato revelaram baixo concentração desses constituintes. Sugerindo que componentes não fenólicos no extrato possam estar exercendo atividade antioxidante. Diante desses resultados, conclui que a macroalga Dictyopteris justii apresenta potencial que justifica a continuidade dos estudos com essa espécie
Comissão Organizadora
Caique Ferreira Grave
Uinnie Paula
David Alves
Comissão Científica