ECOSSISTEMAS COSTEIROS AFETADOS POR PETRÓLEO NO ESTADO DA BAHIA (BRASIL): ANÁLISE DA DIVERSIDADE DE MICRORGANISMOS EM MANGUEZAIS DO LITORAL NORTE

  • Autor
  • Elisângela de Souza
  • Co-autores
  • Emerson Santos Purificação , Letícia Nayara Barreto dos Santos , Ualan Cerqueira da Paz , Maria Dolores Ribeiro Orge , Michelle Cruz Costa Calhau , Alexsandra de Jesus Correia
  • Resumo
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    O manguezal é um ecossistema costeiro intertropical, periodicamente inundado, que funciona como sumidouro de carbono e, para isso, colaboram fungos e bactérias na decomposição da matéria orgânica, sendo um ambiente de exportação de nutrientes para a zona costeira. A partir de 03/10/2019, manchas de petróleo cru chegaram ao litoral da Bahia, afetando os ecossistemas costeiros. Os fungos e bactérias são resistentes às alterações ambientais e estão presentes em todos os ambientes litorâneos; suas populações podem variar em consequência das alterações ambientais. Por esta razão, buscou-se realizar um estudo preliminar do impacto causado pelo óleo, analisando a comunidade microbiológica dos manguezais como possíveis bioindicadores da qualidade ambiental. Este trabalho foi executado nos manguezais de Porto do Sauípe (PS) (12º24'181" S e 37º53'646" W) em Entre Rios e Siribinha (SC) (11º45’36.1”S e 37º31’24”W) em Conde, ambos no Litoral Norte da Bahia (Brasil). Em cada área foram coletadas 9 amostras: sendo 6 de sedimento com tubos de PVC e colheres esterilizadas, da superfície e do fundo (30 cm) em 3 pontos, e 3 de água intersticial próximo a cada tipo de mangue: vermelho (Rhizophora mangle L.), preto (Avicennia schaueriana Stapf. & Leechman) e branco [Laguncularia racemosa (L.) C. F. Gaertn.], devido à maior concentração microbiológica nos habitats que formam. As amostras foram coletadas em recipientes esterilizados e armazenadas em caixas de isopor com gelo para transporte até a geladeira no laboratório. Além disso, foi coletada amostra da água do estuário em Porto de Sauípe. Os meios de cultura foram feitos com Sabouraud para fungos e Agar Nutriente para bactérias; sendo que as amostras de sedimento foram submetidas à suspensão em NaCl a 1%. Todas as placas foram mantidas a 36ºC por 48 h, depois fotografadas e mantidas em refrigeração para contagem das respectivas colônias. Posteriormente, sub-amostras de 5 placas de bactérias foram testadas com método de coloração Gram. Entre os resultados foram registrados fungos formando colônias pequenas em menos de 10% das placas apenas para as amostras de água intersticial próxima ao mangue vermelho (R. mangle) em Porto do Sauípe e ao mangue preto (A. schaueriana) em Siribinha/Conde. As bactérias foram abundantes em todas as amostras de sedimento e água, colonizando em média mais de 80% das placas de cultura. Destas foram tomadas sub-amostras de 5 placas de cultura, que mais se destacavam pelo aspecto visual do formato das colônias, para identificação pelo método de coloração Gram: 20% de bactérias Gram positivas no sedimento de Siribinha/Conde, podendo ser um bioindicador ambiental do melhor estado de conservação, em relação a 80% de bactérias Gram negativas no sedimento e água intersticial em Porto do Sauípe, indicando já uma contaminação ambiental. A avaliação da diversidade de microrganismos pode ser usada como ferramenta de biomonitoramento das alterações em diversos ambientes. As bactérias atuam na biorremediação natural e, após isolamento de cepas, elas podem ser usadas para degradação do petróleo, minimizando o impacto ambiental nos ecossistemas costeiros.

     

  • Palavras-chave
  • Bactérias, Litoral Norte da Bahia, fungos, manguezal, petróleo.
  • Modalidade
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