Anemia falciforme é uma doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, que perdem sua forma bicôncava e elástica tornando-os parecidos com uma foice e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. É uma das alterações genéticas mais frequentes no Brasil, sendo mais frequente em indivíduos da população negra. Neste sentido, as pessoas que vivenciam a doença falciforme se encontram em uma complexa situação de vulnerabilidade, que permeiam as questões biológicas e do ambiente assim com as questões socioeconômicas e sua história de vida. Assim, o objetivo desse trabalho é relatar a oficina realizada por Pibidianos vinculados ao subprojeto O PIBID integrando teoria e prática na licenciatura em ciências biológicas no Colégio Estadual de Alagoinhas. A oficina aconteceu a partir do diálogo com estudantes da 1° série do ensino médio para refletir como a população negra lida com a discriminação, precarização e falta de atendimento do SUS em suas comunidades quando são portadores da anemia falciforme, e o que fazer para desconstruir esses preconceitos que são tão marcantes na comunidade. Inicialmente, foi realizada uma dinâmica para abordar questões sobre a consciência negra. Após isso, foi feita leitura e análise de um texto sobre anemia falciforme. Em seguida, foi construído um muro com papel metro para representar as barreiras erguidas na vida das pessoas portadoras dessa doença e quais propostas para desconstruí-las. As reflexões sobre a consciência negra se constituem em conhecimentos necessários para compreender a discriminação racial. Pensar a anemia falciforme na semana da consciência negra é pensar a biologia de forma interdisciplinar. Os alunos puderam interagir em como a comunidade pode se inteirar mais sobre quais são as barreiras enfrentadas pelas pessoas que tem anemia falciforme e o que podem fazer para ajudar, a experiência vivenciada durante a oficina foi considerada de fundamental importância para o preparo da docência, pois desencadeou em várias reflexões sobre o ensino de biologia.
Comissão Organizadora
Caique Ferreira Grave
Uinnie Paula
David Alves
Comissão Científica