ECOSSISTEMAS COSTEIROS AFETADOS POR PETRÓLEO NO ESTADO DA BAHIA (BRASIL): AVALIAÇÃO DA COMUNIDADE PLANCTÔNICA EM MANGUEZAIS DO LITORAL NORTE

  • Autor
  • Shelly dos Santos Silva
  • Co-autores
  • Rafael Neves Mandarino Dantas , Evenny Yslei Conceição Lima , Isadora Bitencourt Alves Souza , Maria Dolores Ribeiro Orge , Rogenaldo de Brito Chagas , Caique Ferreira Grave
  • Resumo
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    O manguezal é um ecossistema costeiro intertropical, influenciado pelas marés. Possui elevada importância ecológica, sendo um sumidouro de carbono pela intensa atividade de decomposição da matéria orgânica e importante exportador de nutrientes para a zona litorânea. O bosque exerce proteção contra erosão costeira e é essencial para o desenvolvimento de muitas espécies animais, abrigando uma fauna diversificada e enorme riqueza de nichos ecológicos. Entre os organismos do manguezal, destacam-se os elementos do plâncton (fito e zooplâncton), cuja composição pode servir como parâmetro indicador de qualidade e possíveis alterações decorrentes de contaminação ambiental. Este cenário foi observado a partir de 03/10/2019, quando manchas de petróleo cru chegaram ao litoral da Bahia, afetando os ecossistemas costeiros. Para avaliar o impacto do óleo em duas áreas situadas no Litoral Norte da Bahia (Brasil), um estudo preliminar teve como objetivo realizar um levantamento pontual da comunidade planctônica no estuário do rio Sauípe e no manguezal de Porto de Sauípe, município de Entre Rios; e de caráter pioneiro no manguezal de Siribinha, município de Conde. O presente trabalho é de cunho informativo e referencial, já que existem poucas pesquisas sobre o plâncton no Litoral Norte da Bahia. Para a coleta do material foram realizados arrastos superficiais com o auxílio de uma rede de plâncton com copo rosqueável (20 cm). Foram feitas 5 coletas em Porto do Sauípe, duas no estuário e três no manguezal, e outras 3 coletas no manguezal em Siribinha/Conde. O material foi armazenado em coletores estéreis, fixado com álcool a 70% em campo e posteriormente adicionada solução de Transeau no Laboratório de Química da UNEB – Alagoinhas (Campus II). As amostras foram filtradas com papel filtro e subamostras do concentrado (5 ml) foram analisadas ao microscópico óptico, sendo os espécimes fotografados e identificados com base na literatura disponível e consulta ao especialista. Foram registrados indivíduos pertencentes aos Reinos Protozoa e Animalia, sendo o Reino Protozoa o grupo taxonômico de maior representatividade, corroborando assim os dados obtidos em um estudo anterior de 2016 para a mesma área em Porto do Sauípe. Os organismos que mais se destacaram foram as Euglenophytas, representadas pelo gênero Trachelomonas, e foraminíferos representados pelo gênero Rotalia. Com base nos dados atuais, pode-se perceber a elevada frequência em representantes do Reino Protozoa, um grupo bioindicador de boa qualidade nas duas áreas estudadas. Nesta amostragem, organismos parasitológicos não foram encontrados no estuário de Porto do Sauípe, ao contrário do estudo anterior feito na mesma área em 2016. Em Siribinha/Conde, os organismos do plâncton também indicaram boa qualidade ambiental, apesar da exposição das duas áreas a intensas atividades de turismo. Os resultados mostraram que o impacto do petróleo cru ainda não alterou a comunidade planctônica em ambas áreas de estudo e monitoramentos posteriores deverão ser realizados em cada manguezal afetado.

     

  • Palavras-chave
  • Bahia; Litoral Norte; manguezal; petróleo; plâncton.
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