A Mata Atlântica da costa brasileira é um dos biomas mais ricos em biodiversidade, sendo considerado um dos cinco mais importantes hotspots de diversidade biológica, detendo recordes de espécies por hectares jamais vistos em outros biomas. Diante disso, métodos que visem a conservação e recuperação de áreas florestais são de suma importância para diminuir os efeitos negativos da degradação, seja por ações antrópicas ou naturais. O objetivo desse estudo é coletar, identificar e conservar as sementes de espécies nativas encontradas no fragmento de Mata Atlântica da Fazenda Patioba, Alagoinhas, Bahia. O fragmento é caracterizada pela presença de árvores de médio e grande porte formando uma copa densa, lianas, ervas, arbustos e subarbustos, estratos bem definidos, característicos de ambientes de Floresta. As coletas de material foram realizadas mensalmente, totalizando dez excursões a campo, de agosto de 2018 à junho de 2019. Além dos frutos, também foram coletados ramos férteis, para facilitar identificação e compor a coleção de referência que está incorporada no Herbário da Universidade do Estado da Bahia. As sementes foram então submetidas aos processos de extração, limpeza, secagem e armazenamento. Devido a falta de equipamentos específicos e quantidade de sementes necessária para posteriores testes de viabilidade, todas as sementes coletadas foram armazenadas, independente de sua classificação fisiológica. Além disso, objetiva-se também compor um banco de sementes de cunho didático, abrangendo as mais variadas morfologias de diásporos florestais. Foram coletadas um total de 14 espécies, dentre quais destacam-se em números de sementes Cupania racemosa Radlk, Dioclea violacea Mart e Xylopia laevigata Mart, que apresentam comportamento provavelmente ortodóxico e síndrome zoocórica de dispersão, podendo ser utilizadas futuramente para testes de viabilidade, considerando o número coletado. A implementação de um banco de sementes contribuirá para realização de diversos estudos, tais como: classificação de sementes quanto a tolerância a dessecação, a determinação das condições adequadas de armazenamento, o tipo de substrato mais propício a germinação das sementes e por fim, a determinação do tempo de viabilidade e condições em conservação ex situ de sementes recalcitrantes.
Comissão Organizadora
Caique Ferreira Grave
Uinnie Paula
David Alves
Comissão Científica