UMA NOVA ESPÉCIE DE DITASSA (R. Br.) (APOCYNACEAE) PARA A CAATINGA

  • Autor
  • BRENA ARAUJO CEDRAZ
  • Co-autores
  • Cássia Bitencourt , Ana Maria Giulietti-Harley , Raymond Harley , Alessandro Rapini
  • Resumo
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    Avanços na sistemática de Apocynaceae impulsionaram mudanças importantes na classificação de Asclepiadoideae. Com distribuição pantropical, a subfamília abrange cerca de 3.000 espécies, caracterizadas principalmente pelas anteras biesporangiadas e grãos de pólen agrupados em polinários. Quatro linhagens de Asclepiadoideae se dispersaram para a região neotropical; dentre elas, o clado MOOG, que inclui sete subtribos, sendo Metastelmatinae, Oxypetalinae, e Gonolobinae as mais diversas. Metastelmatinae é caracterizada por flores relativamente pequenas, geralmente com corola clara e indumentada e corona ginostegial raramente ausente. Apesar de bem sustentada em estudos filogenéticos, suas relações internas não foram resolvidas e a circunscrição de boa parte dos gêneros em Metastelmatinae permanece incerta, exigindo uma redelimitação de Ditassa (c. 140 spp.) e Metastelma (c. 75 spp.). Esses são os dois maiores gêneros da subtribo e compartilham várias características morfológicas, sendo diferenciados basicamente pela corona, com lobos duplos em Ditassa e simples em Metastelma. Além disso, Ditassa é mais diversa na América do Sul e Metastelma na América Central. Nenhum desses gêneros, no entanto, é monofilético, e as espécies de Ditassa encontram-se representadas em pelo menos três linhagens independentes. A indefinição na delimitação dos gêneros tem tornado a classificação de novas espécies de Metastelmatinae frequentemente questionável. Neste estudo, descrevemos uma nova espécie de Metastelmatinae com hábito semelhante ao de Metastelma giuliettianum Fontella, porém com flores de lobos duplos, semelhantes às de D. glaziovii E.Fourn. A nova espécie foi encontrada na Caatinga, a 1.019 m s.n.m., em solo arenoso, num carrasco de Umburanas, Bahia. Trata-se de uma trepadeira com folhas ovadas, mucronadas, revolutas para as margens, pilosas em ambas as faces e coriáceas. As flores ficam em cimeiras paucifloras, subaxilares, e se abrem uma por vez, mostrando a corola campanulada, internamente com uma faixa vinácea em direção às anteras também vináceas, esverdeada lateralmente nos lobos, destoando assim da corona com lobos alvos. Com base nesta única coleta, inferimos que sua distribuição seja restrita o suficiente para que a espécie esteja vulnerável, considerando a falta de proteção e a degradação pela qual o semiárido brasileiro está sujeito.

     

  • Palavras-chave
  • Asclepiadoideae; Semiárido; Conservação; Bahia.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
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  • Botânica
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