ECOSSISTEMAS COSTEIROS AFETADOS POR PETRÓLEO NO ESTADO DA BAHIA (BRASIL): ESTUDO FITOSSOCIOLÓGICO EM DUAS ÁREAS DE MANGUEZAL NO LITORAL NORTE

  • Autor
  • Jéssica Figuera Oliveira
  • Co-autores
  • Lucas Santana Gomes dos Reis Cruz , Maurício dos Santos Pinto , Ediel Dias da Silva Santos , Maria Dolores Ribeiro Orge , Mara Rojane Barros de Matos , Everton Vitor Almeida Monville
  • Resumo
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    A fitossociologia demonstra a relação entre as espécies vegetais na comunidade e pode tardar em indicar uma alteração ambiental, a menos que ocorra um impacto importante e agudo no bosque como foi o caso do derrame de petróleo cru ao longo dos ecossistemas costeiros na Bahia desde 03/10/2019. Nos manguezais afetados, o estudo fitossociológico teve por objetivo avaliar possíveis efeitos do óleo sobre a estrutura do bosque, decorrentes de morte das plantas por impregnação em raízes, caules e folhas, indicando a diversidade vegetal e as espécies que possam servir como bioindicadoras da necessidade de medidas mitigatórias de degradação ambiental, em duas áreas de manguezal afetadas em Porto do Sauípe e Siribinha, situados em Entre Rios e Conde respectivamente, ambas no Litoral Norte da Bahia (Brasil). Em cada bosque foram estabelecidas 10 parcelas de 10 m x 5 m para registro dos valores de altura de indivíduos vivos, de diâmetro à altura do peito (DAP) ?3 cm e número de indivíduos mortos por espécie. Os dados biométricos foram usados para cálculo e posterior análise dos parâmetros fitossociológicos, através do software FITOPAC. No levantamento florístico das áreas analisadas, registrou-se 106 indivíduos, sendo 76 da espécie Rhizophora mangle L. e 30 de Laguncularia racemosa (L.) C.F. Gaertn. em Porto do Sauípe e 96 indivíduos, sendo 66 da espécie R. mangle e 30 de L. racemosa, em Siribinha/Conde. Portanto, houve maior ocorrência de R. mangle em todas as parcelas, com destaque entre os parâmetros fitossociológicos, nas duas áreas estudadas de manguezal, especialmente em Porto do Sauípe devido à ocorrência de sub-bosques, indicando que as espécies não estão distribuídas de modo equilibrado. A espécie que apresentou os maiores índices fitossociológicos foi R. mangle, com frequências e dominâncias respectivas de 81,82 e 97,52% no Porto do Sauípe e 50,0 e 71,8% em Siribinha/Conde. As respectivas médias de altura (11,2 e 9,3 m), DAP (13,6 e 7,7 cm), IVI (251 e 191) e IVC (169 e 141) para a R. mangle também foram maiores em Porto do Sauípe, apesar do turismo intensivo, do que em Siribinha/Conde. Os bosques nas duas áreas analisadas são do tipo ribeirinho arbóreo. Comparado com estudos anteriores existentes no Porto do Sauípe, a alteração mais importante na estrutura do bosque se deu pelo maior número de árvores cortadas de mangue vermelho, 10 agora em relação a 3 em 2016, mas o efeito do óleo ainda não é visível através dos parâmetros fitossociológicos. Os dados atuais corroboram registros anteriores, porém não foram encontrados dados publicados até o presente para comparação em Siribinha/Conde, sendo este trabalho pioneiro e uma referência para a área. Considerando este e demais estudos feitos na região, a espécie R. mangle (mangue vermelho) parece continuar dominando nos manguezais do Litoral Norte da Bahia.

     

  • Palavras-chave
  • Bahia; fitossociologia; Litoral Norte; manguezal; petróleo.
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