A esquistossomose em municípios do estado de São Paulo cuja hidrografia inclui os rios Paranapanema e Pardo, acumula historicamente significativa diminuição de casos autóctones da doença. Os casos autóctones (1-5) da esquistossomose identificados em tempos recentes datam de 2018, no município de Ourinhos. A prevalência da doença (<10%), permite classificar Ourinhos como de baixa-endemicidade.. Para que a eliminação se torne uma realidade a vigilância precisa estar baseada em métodos científicos que possam calcular de forma objetiva os locais onde persiste o risco de transmissão da doença. Objetivos: Aqui neste trabalho mostramos resultados do mapeamento das coleções hídricas de Ourinhos baseado em dados obtidos a partir da identificação dos caramujos hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni e das paisagens associadas ao município de Ourinhos. Metodologia: A metodologia de identificação dos caramujos foi feita por DNA-Barcoding. A delimitação das áreas de risco foi feita por aplicação de algoritmos para estruturação do município em áreas de maior e menor risco. Resultados: O DNA-Barcoding tem alta acurácia para uso como técnica padrão na vigilância malacológica. Houve alteração na área de ocorrência das espécies de caramujos hospedeiros intermediários. As coleções hídricas habitadas por Biomphalaria glabrata, espécie altamente suscetível ao S. mansoni representam dois sítios geográficos específicos caracterizados como clusters urbanos usados para plantação de hortaliças. Do ponto de vista da paisagem, o uso de imagens obtidas por drone e satélites mostram que as alterações antropogênicas causaram uma redução das áreas de risco sob influência dos córregos situados em Ourinhos. Conclusão:Os dados apoiam a classificação do município de Ourinhos como área candidata a eliminação da doença e tem potencial de representar um modelo exitoso na busca de soluções amparadas em cientifico na vigilância da doença.
Comissão Organizadora
Dv. de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar
Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac"
Comissão Científica
Alessandra Lucchesi de Menezes Xavier Franco
Bernadete de Lourdes Liphaus
Fabrício Augusto Moscardini Nobile
Fernanda Florência Fregnan Zambom
Juliana Monti Dias
Nidia Pimenta Bassit
Vitória Oliveira de Souza
dvhidri@saude.sp.gov.br
(11) 3066-8758