Introdução: A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Leptospira interrogans, sua transmissão ocorre por meio da veiculação hídrica, através do contato com a urina de animais infectados, principalmente roedores. Desse modo, sua ocorrência ocorre em regiões de clima tropical. Nesse cenário, o nível de incidência está ligado ao processo de urbanização desenfreado e crescimento populacional sem planejamento. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de leptospirose ocorridos no município de São Paulo - SP entre os anos de 2018 e 2022. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, com análise descritiva, tem como cenário de pesquisa o município de São Paulo-SP. A fonte primária de dados para a pesquisa foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis consideradas na análise abrangeram informações sociodemográficas, classificação clínica e zona de residência. Subsequentemente, realizou-se uma análise estatística descritiva, na qual os dados obtidos foram compilados em planilhas eletrônicas e processados utilizando o software IBM® SPSS 28.0. Resultados: Os resultados revelam uma predominância de notificações de leptospirose entre o sexo masculino (85,77%), especialmente na faixa etária situada entre 20 e 39 anos (41,93%), com uma proporção significativa de indivíduos de etnia/raça parda (40,03%). A maioria dos casos evidenciou uma evolução clínica culminando em cura (74,71%), entretanto, houve uma taxa relevante de óbitos pelo agravo notificado (11,44%) e uma pequena parcela de óbitos registrados por outras causas (0,13%), além disso, dentre os casos (13,72%) foram enquadrados como branco ou ignorado. É relevante notar que, uma parcela substancial das informações relacionadas à escolaridade dos pacientes não foi devidamente registrada, sendo categorizada como ignorado/branco (53,88%), sendo a segunda maior taxa entre os indivíduos com o ensino médio completo (11,56%). Conclusão: A maioria dos casos resulta em recuperação e cura completas. Os dados de escolaridade dos pacientes apresentam lacunas significativas, sendo frequentemente classificados como ignorado/branco. À vista disso, esta pesquisa se propõe a oferecer subsídios robustos que possam orientar a formulação de políticas públicas de saúde em São Paulo, bem como fomentar a aplicação de medidas de controle de fatores socioeconômicos, assim como a qualidade hídrica.
Comissão Organizadora
Dv. de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar
Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac"
Comissão Científica
Alessandra Lucchesi de Menezes Xavier Franco
Bernadete de Lourdes Liphaus
Fabrício Augusto Moscardini Nobile
Fernanda Florência Fregnan Zambom
Juliana Monti Dias
Nidia Pimenta Bassit
Vitória Oliveira de Souza
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