O Projeto foi lançado pela Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com a Secretária Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMS), pautada na justificativa da falta de estruturação das informações clínicas e epidemiológicas da oculopatia por toxoplasma, objetivou estabelecer a primeira Unidade Sentinela de Toxoplasmose Ocular, na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. A estratégia baseada na vigilância sentinela envolveu várias medidas, dentre elas: definição e habilitação do CID B58.0 (Oculopatia por Toxoplasma) como agravo de interesse estadual, elaboração e implementação da ficha de notificação e investigação da forma ocular e da ficha de agregado semanal de todos os atendimentos do serviço, sistematização dos dados no modelo de sistema de informação estadual, desenvolvido no Epi-Info 7 e promoção de reuniões periódicas integradas de alinhamento com as autoridades de saúde e a equipe da Unidade Sentinela. A Unidade Sentinela de Toxoplasmose Ocular foi uma iniciativa de vigilância da doença no Estado, portanto todos os casos notificados no Sinan são inéditos, sendo que desde o início da implantação em janeiro de 2022 a maio de 2023, foram notificados 88 casos suspeitos de oculopatia por toxoplasma no Sinan, dessas 57 são notificações da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte e as demais espontâneas de outros municípios (figura 1). No sistema Epi-info 7 foram notificados no mesmo período 399 casos, desses 158 (39,6%) casos foram confirmados, 55 (13,8%) descartados e 42 (10,5) encontram em investigação. A maioria são homens, residentes de Belo Horizonte, com idade média de 38 ± 15,0 anos, 94 (59,5%) eram pretos/pardos e dos que tiveram o campo ocupação preenchidos, destacam-se os profissionais autônomos, empregadas domésticas, vendedores (n=3; 7,5% cada) e estudantes (n=4; 10%). Tiveram ocorrências clínicas variáveis: baixa acuidade visual (n=50; 31,6%), visão embaçada (46; 29,1%), dentre outras manifestações, decorrentes de diferentes fatores de exposição e ocasionados por diferentes lesões (ativas e cicatriciais). A implantação da Unidade Sentinela da Toxoplasmose Ocular, representa um avanço significativo no combate a essa doença negligenciada. Demonstra um aprimoramento na vigilância com uma abordagem abrangente e coordenada para conhecer localmente um agravo, com potencial de reduzir a morbidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Comissão Organizadora
Dv. de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar
Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac"
Comissão Científica
Alessandra Lucchesi de Menezes Xavier Franco
Bernadete de Lourdes Liphaus
Fabrício Augusto Moscardini Nobile
Fernanda Florência Fregnan Zambom
Juliana Monti Dias
Nidia Pimenta Bassit
Vitória Oliveira de Souza
dvhidri@saude.sp.gov.br
(11) 3066-8758