Objetivos: Levantar os dados dos exames realizados no Instituto Adolfo Lutz, laboratório central, para o diagnóstico das doenças parasitárias de transmissão hídrica, nos últimos cinco anos e analisar as tendências e variações ao longo dos anos, visando contribuir para o aprimoramento das estratégias de prevenção e controle, além de fornecer informações valiosas para o campo da parasitologia e saúde pública. Métodos: Os dados foram levandados a partir do sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e analisados segundo exame solicitado, técnica empregada e resultado liberado, no período de janeiro de 2019 a outubro de 2023. Principais resultados: Foram recebidos 3.345 amostras para o diagnóstico sorológico da esquistossomose. Destes 896 (25,98%) tiveram resultados reagentes. A média foi de 669 amostras de soro por ano, com o maior volume ocorrendo em 2022 (960 amostras) e o menor em 2020 (395). Em relação às amostras de fezes, o IAL recebeu, no mesmo período, 317 amostras para a realização da metodologia de Kato-Katz, destas em 304 foi também realizada a técnica de Hoffman. Neste material foram registradas 11 (3,47%) amostras positivas no KK e 37 (12,17%) no Hoffman. O maior fluxo de amostras ocorreu em 2023 com 113 e o menor em 2021 com 28, tendo média anual de 63,4. Em relação aos coccídios intestinais, o laboratório recebeu 297 amostras, com média de 59,4 amostras por ano, sendo a maior demanda em 2022, com 87 amostras e a menor em 2020 com 42. Os resultados apontaram 11 (3,70%) exames positivos para Cryptosporidium sp e três (1,01%) pacientes apresentaram a presença de Cyclospora sp. Em nenhuma amostra foi registrada a presença de Isospora belli, assim como de microsporídios nas 272 amostras encaminhadas especificamente para este diagnóstico. Conclusões: Estes resultados apontam que a esquistossomose ainda é uma patologia preocupante, tendo em vista a alta porcentagem de resultados sorológicos reagentes. Além disso, as metodologias diagnósticas precisam ser refinadas, especialmente em regiões de baixa endemicidade. Outro dado a ser destacado neste trabalho é a positividade de coccídios intestinais que, embora baixa, ainda persiste no estado de São Paulo.
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Dv. de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar
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