Objetivo: O presente trabalho objetiva evidenciar a participação do Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA) da Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental (DVISAM) do Município de São Paulo na investigação de surtos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA). Método: a partir das notificações de surto de DTHA ocorridas entre janeiro e junho/2023 no município de São Paulo, levantou-se o número de casos em que o Programa VIGIAGUA realizou análise da qualidade da água, número de amostras de água coletadas em pontos de consumo e em cavalete da concessionária de abastecimento público de água (SABESP) e os resultados apresentados. Resultados: No período analisado foram notificados 47 surtos de DTHA no município de São Paulo. Em 44,7% dos casos notificados, as equipes de vigilância ambiental das Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS) realizaram coleta de amostras de água no local para avaliação da qualidade da água para consumo humano. Foram realizadas um total de 146 coletas de amostras de água nos 21 casos investigados pelo Programa, sendo 22 amostras em cavalete SABESP, 1 em Solução Alternativa Coletiva (SAC) e 123 amostras intraprediais (pontos de consumo). Considerando a Portaria GM/MS 888/2021, atual portaria de potabilidade em vigor, das amostras coletadas em cavalete SABESP, 86,4% tiveram laudo satisfatório e 13,6% tiveram resultado de Cloro Residual Livre (CRL) abaixo de 0,2mg/L, conforme preconizado em legislação. Das amostras de água coletadas nos pontos de consumo (intraprediais), 41,5% tiveram laudo satisfatório, 58,5% apresentaram CRL abaixo de 0,2mg/L e 0,01% (1 amostra) apresentou E.coli. Considerando as amostras intraprediais com resultado satisfatório, em 31,4% delas foi constatada a presença de Coliformes Totais, cujo resultado não compromete a potabilidade da água em pontos de consumo, no entanto é recomendado limpeza e desinfecção de reservatórios e rede hidráulica do estabelecimento. Conclusão: A participação do Programa VIGIAGUA na investigação de surtos de DTHA contribui para identificação de possível causa ligada à alteração da qualidade da água consumida no local, além de gerar ações preventivas para garantia da qualidade da água a partir da orientação sobre limpeza de reservatórios, bocais de torneiras, bebedouros e troca de filtros.
Comissão Organizadora
Dv. de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar
Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac"
Comissão Científica
Alessandra Lucchesi de Menezes Xavier Franco
Bernadete de Lourdes Liphaus
Fabrício Augusto Moscardini Nobile
Fernanda Florência Fregnan Zambom
Juliana Monti Dias
Nidia Pimenta Bassit
Vitória Oliveira de Souza
dvhidri@saude.sp.gov.br
(11) 3066-8758