OBJETIVOS: Analisar as informações sobre o fluxo migratório de refugiados e ações de prevenção e controle de doenças transmissíveis no município de Guarulhos a fim de contribuir para o controle da reintrodução do vírus para erradicação da doença. MÉTODO: Para a elaboração do presente estudo foram utilizados os dados oriundos dos Sistemas de Informação correspondentes, sendo eles CEVESP, ONU/ACNUR, planilha do CIEVS, Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e SISMIGRA, entre o período de agosto de 2022 a agosto de 2023. RESULTADOS: Dentre os países mais prevalentes em solicitações de refúgio destacam-se o Afeganistão, Paquistão e Irã, alvos deste estudo dado à circulação do poliovírus selvagem (WPS) e derivado vacinal circulante (PVDV). Segundo o SISMIGRA, de janeiro/22 até agosto/23, houve a entrada de 4.951 afegãos no Brasil e destes o Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM) atendeu 4.744 pessoas (dados da ONU). Considerando os dados consolidados de atendimentos efetuados pelo PAAHM, sistematizados a partir de novembro de 2022 com auxílio da ONU, verificou-se que das 3.303 pessoas atendidas 73,4% foram encaminhadas à rede de abrigos enquanto 26,6% se deslocaram sozinhas. No período analisado, foram realizadas 35 ações de saúde no Aeroporto Internacional de Guarulhos, nas quais foram atendidos 1.086 refugiados. Acerca das ações de vacinação adotamos a estratégia de priorizar as vacinas, Inativada da Poliomielite (VIP), Tríplice Viral (SCR) e covid-19 devido à relevância de saúde pública desses agravos - 86,9% receberam a vacina VIP, 84,5% a tríplice viral e 69,8% receberam a vacina contra covid-19. Foram realizadas 129 coletas de fezes em menores de 21 anos neste período. Destas, 51% foram coletadas no aeroporto e 49% foram realizadas nos abrigos. Não foram encontrados Poliovírus Selvagem ou Derivados Vacinais nas amostras colhidas, dessa forma 100% dos casos foram descartados para Poliomielite. CONCLUSÕES: Existem limitações no estudo devido às dificuldades encontradas para elencar e sistematizar os dados referentes à população migrante no Brasil. Mesmo em condições adversas para os atendimentos (local público com grande circulação de pessoas), as equipes da Secretaria da Saúde de Guarulhos realizaram um número expressivo de atendimento aos migrantes no Aeroporto, com ações de investigação em saúde, imunização e coletas de exames para detecção precoce da possível entrada do vírus no País e adoção de medidas de contenção oportunas.
Comissão Organizadora
Dv. de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar
Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac"
Comissão Científica
Alessandra Lucchesi de Menezes Xavier Franco
Bernadete de Lourdes Liphaus
Fabrício Augusto Moscardini Nobile
Fernanda Florência Fregnan Zambom
Juliana Monti Dias
Nidia Pimenta Bassit
Vitória Oliveira de Souza
dvhidri@saude.sp.gov.br
(11) 3066-8758