Objetivo: Apresentar relato de caso de Paralisia Flácida Aguda (PFA) em paciente pediátrico associado à vacinação contra Poliomielite, explorando a apresentação clínica e as condutas associadas. Método: Relato de caso de PFA em criança de 1 ano e 5 meses de idade, sexo masculino e residente de Jales/SP, ocorrido em janeiro de 2023, com atendimento hospitalar e ambulatorial no município de São José do Rio Preto/SP. Principais resultados: O paciente iniciou os sintomas em 03/01/2023, menos de 15 dias após vacinação com VOP e DPT realizada em 20/12/2022, na qual apresentou febre, claudicação em membro inferior esquerdo com progressão para o direito e membro superior esquerdo. Devido rigidez de nuca foi encaminhado para hospitalização em 07/01/2023, sendo coletado líquor com alterações sugestivas de meningite viral (leucócitos: 60, hemácias: 2, lactato: 1,7, neutrófilos: 3%, linfócitos: 73%, monócitos: 24%, proteína: 32, glicose: 61, bacterioscopia e cultura: negativa, anticorpos herpes simples: negativo). Devido piora clínica, com dificuldade de deglutição e sustentação de região cervical e face foi realizada suspeita de Poliradiculoneurite e Síndrome de Guillain Barre. No dia 09/01/2023 o paciente foi transferido para UTI com uso de imunoglobulina humana, corticoide e aciclovir. Realizado ressonância de crânio e coluna que demonstrou possibilidade de rombencefalite e mielite de provável etiologia viral com padrão sugestivo de Enterovírus. Alíquotas de líquor e fezes foram enviadas a Fiocruz e ao Instituto Adolfo Lutz para investigação, obtendo resultado de RT-PCR detectável para Enterovírus e Poliovírus Vacinal tipo 3 no líquor, e isolamento viral para Poliovírus negativo em líquor e fezes. O paciente recebeu alta hospitalar no dia 27/01/2023 e está em acompanhamento no Ambulatório de Doenças Raras e Imunologia da FUNFARME, na qual mantém o uso de imunoglobulina humana e aguarda teste genético para avaliar a ligação gênica de Agamaglobulinemia. O caso foi notificado para PFA e Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização, sendo classificado como associado à vacina. Conclusões: Este relato de caso reforça a possibilidade da exposição vacinal contra Poliomielite no desenvolvimento da PFA e destaca a importância de um bom manejo clínico para a evolução do caso. A apresentação e discussão de eventos raros como este permitem o aprimoramento da prática clínica, contribuindo para o conhecimento dos profissionais de saúde e pesquisadores.
Comissão Organizadora
Dv. de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar
Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac"
Comissão Científica
Alessandra Lucchesi de Menezes Xavier Franco
Bernadete de Lourdes Liphaus
Fabrício Augusto Moscardini Nobile
Fernanda Florência Fregnan Zambom
Juliana Monti Dias
Nidia Pimenta Bassit
Vitória Oliveira de Souza
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