Introdução e objetivos: Indivíduos transgêneros frequentemente buscam mudanças físicas para promover seu bem-estar alinhado com o gênero do qual se identificam e, para isso, fazem uso da hormonioterapia. Embora o direito à saúde integral nessas pessoas ainda seja marginalizado, tem-se percebido muitas questões intrínsecas às suas particularidades. No contexto do envelhecimento, nota-se que aspectos como a diminuição da Densidade Mineral Óssea (DMO) e aumento de anormalidades lipídicas podem ocorrer devido ao longo uso de hormônios. Desta forma, este estudo teve como objetivo investigar os principais agravos na saúde de transgêneros ao atingir a terceira idade. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática dos últimos 5 anos a partir do descritor “hormone supplementation AND transgender AND elderly” nas bases de dados Pubmed, SciELO e Science Direct. Dos 122 artigos encontrados, inclui-se 9 estudos primários que se adequaram aos objetivos do presente estudo. Resultados: Com a avanço da idade e o uso prolongado de hormônios, alguns pontos requerem cuidado na saúde. Para os homens trans, é realizada a terapia andrógena (testosterona). Estudos mostraram que a longo prazo isso pode afetar na baixa da DMO, o que pode levar a osteoporose e a fraturas e, ainda, aumenta os riscos de câncer. Já para as mulheres trans, é feita a terapia com estrogênios (estradiol) e antiandrógenos, o que pode aumentar as chances de trombose venosa e doenças cardiovasculares, além de aumentar a concentração de triglicérides. No aspecto circulatório, pesquisas científicas encontraram receptores de andrógenos e de estrógenos presentes nas células endoteliais, sugerindo que os hormônios masculinizantes e feminilizantes impactam diretamente no endotélio vascular. Assim, a interação desses hormônios exógenos demonstrou aumentar o risco de infarto do miocárdio. O fator principal nessas pessoas ainda é a DMO, já que foi demonstrado que nos homens trans, há aumento do nível da glicoproteína esclerostina, culminando em menor DMO e mesmo em mulheres, com a avançar da idade, a DMO pode ser afetada. Conclusões: Esses pontos destacam a ainda grande vulnerabilidade e exclusão da saúde trans, aliados a poucos estudos na área. Dessa forma, promover um tratamento individualizado pensando nas particularidades e riscos de cada paciente trans é de suma importância. Ainda, a terapia hormonal precisa ser assistida por uma equipe multidisciplinar, minimizando os futuros riscos na idade senil.
Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.
Comissão Científica Discente
Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade
Juan Felipe Galvão da Silva
Ludmila Raynner Carvalho Alves
Ana Gabriella de Freitas Queiroz
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