PROSTITUIÇÃO, VULNERABILIDADES SOCIAIS E O TRÁFICO DE PESSOAS: AS FACES DA MARGINALIZAÇÃO DA COMUNIDADE TRANS

  • Autor
  • Juan Felipe Galvão da Silva
  • Co-autores
  • Marina Isabela de Paula Sousa , Nina Franco Luz
  • Resumo
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    Introdução: A marginalização da comunidade transexual corrobora situações de vulnerabilidades sociais, prostituição, aliciamento e tráfico de pessoas, que se respaldam em estigmas sociais, sobretudo questões de gênero, subjugam e ferem a dignidade das vítimas. Assim, objetiva-se analisar dificuldades e determinantes para o aliciamento e a marginalização da população trans. Métodos: Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura, de caráter narrativo, a qual utilizou 10 artigos das base de dados PubMed e Scielo, a partir dos descritores “transexualidade”, “prostituição” e “tráfico”, além do documento da “SOS dignidade” apresentado na comissão de defesa dos direitos da mulher na Câmara dos Deputados em 2017. Incluíram-se, então, textos de temática compatível ao estudo, de amplo recorte temporal, dos idiomas português e inglês. Resultados: A marginalização de transexuais sustenta-se por desigualdades socioeconômicas, como carência de empregos e condições mínimas de vida, saúde e moradia. Nesse esteio, a fim de obter recursos financeiros, para subsistência e manutenção da renda familiar, a prostituição torna-se uma opção para essa comunidade, diante das restrições no mercado de trabalho pela transfobia. Além disso, discriminação, carência e rejeição da pessoa trans, desde a infância, além do baixo nível educacional, agem como mantenedores dessa situação. Diante disso, muitos transexuais são coagidos, por ameaça e violência, ou aliciados a aceitarem propostas, como viagens nacionais e internacionais, com promessas de lucro e de procedimentos para redesignação sexual, os quais, em virtude da disforia de gênero, são desejados por essas pessoas, a fim de tornar a identidade de gênero congruente ao corpo. Ademais, a dependência afetiva, econômica e o vínculo de lealdade entre transexuais e cafetinas, cafetões e/ou familiares, aprisionam a vítima nesse sistema criminoso, com métodos de restrição - extorsão, escravidão por dívida, aliciamento, ameaça e intimidação. Esses indivíduos, não obstante, tornam-se vítimas do tráfico, vulneráveis e suscetíveis à exposição às doenças sexualmente transmissíveis, pela violência e exploração sexual. Conclusão: Há escassez de estudos voltados à população trans, fato que demonstra a marginalização dessa temática, além de ressaltar a necessidade de discussão sobre as faces desse processo, tanto na sociedade quanto no meio acadêmico.

     

  • Palavras-chave
  • tráfico de pessoas; marginalização social; transexualidade.
  • Área Temática
  • Gênero e sexualidade
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Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.

  • Doenças infecciosas na comunidade LGBTQIA+: estigma e promoção de saúde
  • O Sistema Único de Saúde e a população LGBTQIA+
  • Epidemiologia e Saúde Coletiva e a comunidade LGBTQIA+
  • As bases psicológicas, biológicas e comportamentais da transexualidade
  • Gênero e sexualidade
  • Saúde mental LGBTQIA+
  • Direitos e conquistas sociais da População LGBTQIA+
Coordenadora da Comissão Científica
 
Danielly Christine Vargas Espíndula Leite

Comissão Científica Discente

Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade
Juan Felipe Galvão da Silva
Ludmila Raynner Carvalho Alves
Ana Gabriella de Freitas Queiroz

Comissão Científica

Adriana Assis Carvalho
Aridiane Alves Ribeiro
Cassia Regina Suzuki Caires Flores
Luciana de Moraes Bernal Meneguini
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