Introdução: A marginalização da comunidade transexual corrobora situações de vulnerabilidades sociais, prostituição, aliciamento e tráfico de pessoas, que se respaldam em estigmas sociais, sobretudo questões de gênero, subjugam e ferem a dignidade das vítimas. Assim, objetiva-se analisar dificuldades e determinantes para o aliciamento e a marginalização da população trans. Métodos: Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura, de caráter narrativo, a qual utilizou 10 artigos das base de dados PubMed e Scielo, a partir dos descritores “transexualidade”, “prostituição” e “tráfico”, além do documento da “SOS dignidade” apresentado na comissão de defesa dos direitos da mulher na Câmara dos Deputados em 2017. Incluíram-se, então, textos de temática compatível ao estudo, de amplo recorte temporal, dos idiomas português e inglês. Resultados: A marginalização de transexuais sustenta-se por desigualdades socioeconômicas, como carência de empregos e condições mínimas de vida, saúde e moradia. Nesse esteio, a fim de obter recursos financeiros, para subsistência e manutenção da renda familiar, a prostituição torna-se uma opção para essa comunidade, diante das restrições no mercado de trabalho pela transfobia. Além disso, discriminação, carência e rejeição da pessoa trans, desde a infância, além do baixo nível educacional, agem como mantenedores dessa situação. Diante disso, muitos transexuais são coagidos, por ameaça e violência, ou aliciados a aceitarem propostas, como viagens nacionais e internacionais, com promessas de lucro e de procedimentos para redesignação sexual, os quais, em virtude da disforia de gênero, são desejados por essas pessoas, a fim de tornar a identidade de gênero congruente ao corpo. Ademais, a dependência afetiva, econômica e o vínculo de lealdade entre transexuais e cafetinas, cafetões e/ou familiares, aprisionam a vítima nesse sistema criminoso, com métodos de restrição - extorsão, escravidão por dívida, aliciamento, ameaça e intimidação. Esses indivíduos, não obstante, tornam-se vítimas do tráfico, vulneráveis e suscetíveis à exposição às doenças sexualmente transmissíveis, pela violência e exploração sexual. Conclusão: Há escassez de estudos voltados à população trans, fato que demonstra a marginalização dessa temática, além de ressaltar a necessidade de discussão sobre as faces desse processo, tanto na sociedade quanto no meio acadêmico.
Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.
Comissão Científica Discente
Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade
Juan Felipe Galvão da Silva
Ludmila Raynner Carvalho Alves
Ana Gabriella de Freitas Queiroz
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