Introdução e objetivos: A população transgênero representa uma minoria social cujo preconceito, que se manifesta a partir da estigmatização social e da transfobia, obriga-a a habitar à margem da sociedade. Não somente, essa vulnerabilidade acarreta iniquidades de saúde, originando diferentes quadros patológicos, inclusive deterioração da saúde mental. Logo, objetiva-se nessa revisão, analisar os fatores que interferem no estado de saúde mental de pessoas transgênero, sobretudo da população trans jovem. Métodos: Consiste em uma revisão narrativa de literatura elaborada a partir das bases de dados PubMed e LILACS, empregando-se os descritores “pessoas transgênero” e “saúde mental”. Foram incluídos artigos em inglês ou português que abordavam a saúde mental de jovens transgêneros. Resultados: Observou-se que a predisposição a problemas psicológicos é muito maior na população transgênero quando comparada à população cisgênero, com relatos de ansiedade, depressão e ideação suicida mais frequentes nessa parcela da população, adjunto a questões como moradia instável e dificuldades com suas identidades de minorias sexuais e de gênero, fatores que contribuem também com a deterioração da condição psicológica. Analogamente, o histórico de marginalização nos cuidados de saúde e a internalização de crenças transfóbicas, especialmente durante a infância e adolescência, criam barreiras no tratamento e contribuem para atrasar o acesso aos cuidados de saúde. Em contrapartida, a transição social de gênero, a possibilidade de realizar transformações corporais desejadas e o respeito ao nome social interferem positivamente na qualidade de vida dessa parcela da população. Conclusões: Primeiramente, a escassez de estudos voltados para essa população específica em contrapartida com a quantidade expressiva de jovens transgênero que tem sua saúde mental afetada denuncia a marginalização da transexualidade também no âmbito acadêmico. Dessa forma, é de suma importância trazer à luz da discussão os embates e cuidados com a saúde mental de pessoas transgêneros, uma vez que a maior exposição desses indivíduos à violência física, verbal, psicológica e sexual, contribuem para a maior frequência de transtornos de ansiedade, depressão e ideação suicida. Ao se tratar dos cuidados com a saúde dessa população, sobretudo, com a saúde mental, barreiras precisam ser transpostas, como o despreparo, inclusive formativo, dos profissionais de saúde para atender essa população.
Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.
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Juan Felipe Galvão da Silva
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