Introdução e objetivos: O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) considera transsexualidade como Disforia de Gênero (DG), ao considerar todo sofrimento vivido por conta da incongruência de gênero. Segundo a CID 10 F.64, (DG) é o “desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto". Por questões relativas a estigmas sociais, transsexuais ainda enfrentam discriminação, violência e falta de redes de apoio, incluindo acesso à saúde, as quais podem acarretar danos mentais. Portanto, analisar os transtornos mentais mais prevalentes na população trans é relevante para ampliar o conhecimento dos profissionais de saúde a respeito de estratégias a serem tomadas e proporcionar melhorias na qualidade de vida dos indivíduos. O objetivo do trabalho foi analisar os transtornos mentais mais prevalentes na população trans e seus fatores associados. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa no periódico eletrônico Pubmed utilizando os descritores “mental health”, “transsexual population” e “psychiatry, sendo selecionados artigos publicados entre 2015 a 2020. Resultados: Os principais transtornos encontrados foram os de humor (principalmente depressão) com 42,1%, de ansiedade (Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Pânico e Fobia Social) além da prevalência de 26,8% de ideações suicidas (23,8% tentaram suicídio, 50,9% tiveram ideação suicida e 16,2% autolesão não suicida durante a vida) e abuso de drogas. Foi identificado que 53,2% dos indivíduos com DG sofrem algum transtorno mental, ao passo em que na população em geral apenas 26,2% apresentam esse problema o que indica maior prevalência de transtornos mentais entre a população trans. Esses transtornos estão associados a estressores aos quais essa população é submetida como discriminação, exclusão social, violência, entre outros. Conclusão: Conhecer os transtornos mentais que mais acometem a população trans e seus fatores causadores é importante pois além de auxiliar a abordagem deste indivíduo por parte do profissional de saúde permite a elaboração de estratégias que interfiram em causas, amenizando danos e realizando tratamentos mais específicos. Além disso, informar a sociedade e capacitar os profissionais da saúde sobre a despatologização da transsexualidade é fundamental, entendo-a como parte de uma diversidade do ser humano que precisa ser compreendida, respeitada e auxiliada quando necessário.
Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.
Comissão Científica Discente
Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade
Juan Felipe Galvão da Silva
Ludmila Raynner Carvalho Alves
Ana Gabriella de Freitas Queiroz
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