Introdução e Objetivos: Transgêneros, na busca constante de mudança de aparência no processo de adequação a sua identificação de gênero, procuram a hormonioterapia e diversos tratamentos para modificações corporais necessárias a sua afirmação sexual. Muitas vezes utilizando essas práticas medicamentosas não transespecíficas ou sem assistência multiprofissional, provocam progressivas transformações a nível celular, alterando não só a aparência, mas aumentando também o risco do desencadeamento de algumas comorbidades. Tendo isso em vista, o objetivo do estudo foi analisar a incidência de câncer de mama em pessoas trans. Métodos: Tratou-se de uma revisão sistemática, nas bases de dados PubMed, Scielo e ScienceDirect, com o descritores “transgender AND breast cancer”, coletando artigos de 2015 a 2020 que possuíam livre acesso. Dos 28 artigos encontrados, 4 foram selecionados para compor essa pesquisa. Foram excluídos editoriais, anais, revisões e tese e incluídos estudos primários que tivessem relação com os descritores. Resultados: Os estudos mostram uma maior elevação na taxa de risco de desenvolvimento de câncer de mama em mulheres trans, quando em comparação com homens cisgêneros. Essa análise mostrou que o aumento da exposição ao estrogênio pode ter um papel na proliferação do epitélio neoplásico da mama. Não obstante, quando comparado a mulheres cisgênero, homens trans possuíam menor risco de desenvolvimento de câncer de mama. Porém, um mecanismo encontrado em outro estudo relacionou a aromatização de testosterona em estrógenos em tecidos periféricos e a ativação de receptores de andrógenos, ao crescimento e proliferação celular no tecido mamário, podendo ter grande influência no câncer. Embora o histórico familiar e mutações genéticas tenham grande relevância, longas exposições hormonais, muitas vezes sem assistência adequada, representaram uma ampliação do risco dessa doença. Ainda, viu-se que em pacientes trans com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) há maior chance do desenvolvimento do câncer de mama, podendo ser um fator de risco. Conclusões: A terapia hormonal apresenta-se como a principal maneira de busca pela adequação de gênero, porém, não se tem estudos a longo prazo sobre suas consequências e nem sempre ela é orientada por uma equipe multidisciplinar. O câncer de mama em transexuais ainda é um tema que carece de pesquisas, o que afeta diretamente o rastreamento e tratamento dessa doença na população trans.
Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.
Comissão Científica Discente
Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade
Juan Felipe Galvão da Silva
Ludmila Raynner Carvalho Alves
Ana Gabriella de Freitas Queiroz
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