Introdução e Objetivos: A cirurgia de readequação sexual é praticada há mais de 60 anos e representa uma importante alternativa para a correção do sexo natal de indivíduos transexuais. Ela almeja a criação de uma genitália funcional, de aparência natural, que permita relações sexuais sem esforço e com orgasmos completos, o que pode gerar um impacto positivo na saúde mental dos pacientes que se submetem a esse procedimento. Este resumo objetivou realizar uma busca bibliográfica de estudos que avaliam os aspectos psicológicos envolvidos nessa cirurgia. Metodologia da pesquisa: Foram pesquisados trabalhos na plataforma Bireme, utilizando os descritores “cirurgia de readequação sexual”, “transexualidade” e “psicologia”. A pesquisa resultou num total de 49 estudos publicados entre os anos de 2015 e 2020. Foram excluídos trabalhos de conclusão de curso e os artigos que não correspondiam ao objetivo, resultando num total de 12 artigos para análise. Resultados: Constatou-se que 2015 foi ano em que houve mais publicações e o país com a maior quantidade de artigos publicados foi a Holanda/Países Baixos. Os tipos de estudos mais encontrados foram os quantitativos e qualitativos descritivos observacionais. O instrumento mais utilizado foi o questionário, sendo o World Health Organization Quality Of Life (WHOQOL-100) o mais aplicado. Identificou-se, como assuntos mais abordados, os fatores que influenciam a tomada de decisão pelo procedimento cirúrgico, a satisfação com os seus resultados, a comparação entre a qualidade de vida antes e após a cirurgia e a mortalidade e morbidade ligadas a transtornos psicológicos e psiquiátricos. Conclusão: Conclui-se que já existe uma tendência dessa população desenvolver transtornos psicológicos mesmo antes da realização de procedimentos cirúrgicos. Contudo, esses transtornos podem surgir ou serem agravados no pós-operatório, devido ao conflito entre as expectativas e os resultados da cirurgia, à falta de profissionais de saúde devidamente treinados que adotem uma postura não preconceituosa e orientem os pacientes de maneira adequada e personalizada, tanto antes quanto após os procedimentos, e também à escassez de estudos e informações sobre o tema, o que dificulta a realização de rastreio e manejo eficazes. Apesar disso, observou-se uma melhora na qualidade de vida e na saúde mental da maioria dos pacientes pós-cirúrgicos.
Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.
Comissão Científica Discente
Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade
Juan Felipe Galvão da Silva
Ludmila Raynner Carvalho Alves
Ana Gabriella de Freitas Queiroz
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