Introdução: tanto a liberdade de expressão, como os direitos sociais e sexuais de mulheres e homens, tem colaborado para a quebra dos padrões heteronormativos presentes na sociedade atualmente. Entretanto, graças a anos de repressão e o movimento gay está ainda se reestruturando, devido a epidemia de HIV/AIDS que dizimou parcela desse público nas décadas de 1980 e 1990, a população não-heteronormativa ainda encontra percalços nos seus direitos e acesso aos serviços de saúde, tendo muitas das vezes que ocultar sua orientação sexual. Objetivo: evidenciar o problema da heterossexualidade compulsória nos serviços de saúde. Método: estudo descritivo, do tipo revisão integrativa realizada em agosto/2020, através da seleção de artigos disponíveis na base de dados: SCIELO e Lilacs. A busca foi feita por meio dos descritores “serviço de saúde” e “heteronormatividade” articulados pelo operador booleano AND. Como critério de inclusão, considerou-se os artigos publicados entre 2016 a 2020, disponíveis na íntegra e que atendessem ao objetivo da pesquisa. Resultados: foi percebido na literatura que o problema da heterossexualidade compulsória nos serviços de saúde dificulta a criação do vínculo paciente/profissional da saúde, compromete a efetividade da educação em saúde, diagnósticos, conduta terapêutica e o acolhimento. O binarismo de gênero dita aquilo que seria de homem e de mulher, delimitando em aspectos genéricos, desejos, sentimentos e comportamentos sociais, excluindo a existência de outros gêneros, colocando-os como subalternos e fora do padrão de normalidade. Nos serviços de saúde, a quebra da presunção de que o paciente é hetero, cria surpresa e redireciona o atendimento, às vezes com perguntas movidas pela curiosidade pessoal do profissional; comentários e comportamentos homofóbicos/transfóbicos ou, apagamento da sexualidade do paciente. Além disto, em pacientes homens, a associação com a promiscuidade e comportamentos de riscos para infecções sexualmente transmissíveis, em especial o HIV, podem constranger ou limitar a condução da consulta. Conclusão: é necessário compreender que o paciente não se limita ao processo de saúde-doença, mas sim um sistema bio-psico-social que deve ser atendido e respeitado em sua totalidade. Juízos de valores como a heteronormatividade são entraves que devem ser vencidos em prol de uma assistência mais humana, em especial para esses grupos populacionais que muitas das vezes são marginalizados pela sociedade.
Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.
Comissão Científica Discente
Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade
Juan Felipe Galvão da Silva
Ludmila Raynner Carvalho Alves
Ana Gabriella de Freitas Queiroz
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