REVISÃO DE LITERATURA: O PROBLEMA DA HETEROSSEXUALIDADE COMPULSÓRIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

  • Autor
  • José Carlos dos Santos Freitas
  • Co-autores
  • Ecrislane Albino da Silva , Thaís Mendes de Lima Gomes , José Carlos da Silva Lins
  • Resumo
  • Introdução: tanto a liberdade de expressão, como os direitos sociais e sexuais de mulheres e homens, tem colaborado para a quebra dos padrões heteronormativos presentes na sociedade atualmente. Entretanto, graças a anos de repressão e o movimento gay está ainda se reestruturando, devido a epidemia de HIV/AIDS que dizimou parcela desse público nas décadas de 1980 e 1990, a população não-heteronormativa ainda encontra percalços nos seus direitos e acesso aos serviços de saúde, tendo muitas das vezes que ocultar sua orientação sexual. Objetivo: evidenciar o problema da heterossexualidade compulsória nos serviços de saúde. Método: estudo descritivo, do tipo revisão integrativa realizada em agosto/2020, através da seleção de artigos disponíveis na base de dados: SCIELO e Lilacs. A busca foi feita por meio dos descritores “serviço de saúde” e “heteronormatividade” articulados pelo operador booleano AND. Como critério de inclusão, considerou-se os artigos publicados entre 2016 a 2020, disponíveis na íntegra e que atendessem ao objetivo da pesquisa. Resultados: foi percebido na literatura que o problema da heterossexualidade compulsória nos serviços de saúde dificulta a criação do vínculo paciente/profissional da saúde, compromete a efetividade da educação em saúde, diagnósticos, conduta terapêutica e o acolhimento. O binarismo de gênero dita aquilo que seria de homem e de mulher, delimitando em aspectos genéricos, desejos, sentimentos e comportamentos sociais, excluindo a existência de outros gêneros, colocando-os como subalternos e fora do padrão de normalidade. Nos serviços de saúde, a quebra da presunção de que o paciente é hetero, cria surpresa e redireciona o atendimento, às vezes com perguntas movidas pela curiosidade pessoal do profissional; comentários e comportamentos homofóbicos/transfóbicos ou, apagamento da sexualidade do paciente. Além disto, em pacientes homens, a associação com a promiscuidade e comportamentos de riscos para infecções sexualmente transmissíveis, em especial o HIV, podem constranger ou limitar a condução da consulta. Conclusão: é necessário compreender que o paciente não se limita ao processo de saúde-doença, mas sim um sistema bio-psico-social que deve ser atendido e respeitado em sua totalidade. Juízos de valores como a heteronormatividade são entraves que devem ser vencidos em prol de uma assistência mais humana, em especial para esses grupos populacionais que muitas das vezes são marginalizados pela sociedade.

  • Palavras-chave
  • heteronormatividade; serviço de saúde; humanização da assistência
  • Área Temática
  • O Sistema Único de Saúde e a população LGBTQIA+
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Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.

  • Doenças infecciosas na comunidade LGBTQIA+: estigma e promoção de saúde
  • O Sistema Único de Saúde e a população LGBTQIA+
  • Epidemiologia e Saúde Coletiva e a comunidade LGBTQIA+
  • As bases psicológicas, biológicas e comportamentais da transexualidade
  • Gênero e sexualidade
  • Saúde mental LGBTQIA+
  • Direitos e conquistas sociais da População LGBTQIA+
Coordenadora da Comissão Científica
 
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